O que o césio-137 causa no corpo humano?

Perguntado por: ncavalcanti . Última atualização: 6 de maio de 2023
4.6 / 5 2 votos

Tais exposições podem gerar problemas como náuseas, vômitos, diarreia, tonturas, queimaduras e até mesmo a morte. Na ausência de tratamento médico, o césio-137 tem meia-vida de 70 dias no corpo humano.

Dentro do cabeçote de chumbo do aparelho, os trabalhadores encontraram uma cápsula com 19 gramas de um pó que ficava esbranquiçado de dia e brilhante de noite. A substância radioativa, chamada Césio-137, espalhou-se pela cidade, ocasionou quatro mortes e deixou mais de mil pessoas afetadas pela radiação.

O césio-137 é um isótopo radioativo que é produzido em reatores nucleares e em explosões nucleares. Ele emite radiação gama, que é altamente penetrante e pode causar danos no organismo humano. O césio-137 é considerado um dos materiais radioativos mais perigosos do mundo.

A radiação pode provocar basicamente dois tipos de danos ao corpo, um deles é a destruição das células com o calor, e o outro consiste numa ionização e fragmentação(divisão) das células. O calor emitido pela radiação é tão forte que pode queimar bem mais do que a exposição prolongada ao sol.

Ao alterar as moléculas no ambiente altamente organizado da célula, a radiação ionizante pode afetar e danificar células. Dependendo da magnitude da dose, órgãos expostos e tipos de radiação, o dano celular causado por radiação ionizante pode causar doença aguda, aumentar o risco de desenvolver câncer ou ambos.

Centenas de locais necessitaram de desinfecção, e uma nova cidade foi criada para alocar os rejeitos. Trata-se do maior acidente radiológico do mundo, com dados oficiais apontando quatro mortes (Maria Gabriela Ferreira, Leide das Neves Ferreira, Israel Baptista dos Santos e Admilson Alves de Souza).

Covid: Goiânia chega a 500 mil pessoas totalmente imunizadas
O cimento é o mesmo que segue até hoje no terreno, que foi adquirido pelo estado para evitar qualquer perfuração ou construção. Desde que o acidente foi identificado, o espaço é monitorado por técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

Há exatos 35 anos, em 13 de setembro de 1987, ocorreu na capital de Goiás o maior acidente radioativo da história do país — e um dos maiores do mundo. O acidente em Goiânia começou quando um aparelho de radioterapia foi abandonado em um ferro-velho.

A solução, após a análise de oito locais em todo o Brasil, foi criar um depósito em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia, que -- apesar da revolta da população local na época -- acabou se tornando o único depósito de lixo radioativo definitivo do Brasil.

Abadia de Goiás

Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana após o acidente. Todo esse material com suspeita de contaminação foi levado para a unidade de do Cnen em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana da capita, onde foi enterrado.

cor branca

O Césio 137 é um exemplo de radioisótopo (isótopo radioativo) que pode ser encontrado na forma de um sal como o cloreto de Césio (CcCl), que apresenta a cor branca.

O césio-137 é um radionuclídeo produzido através da fissão de urânio que se desintegra emitindo partículas betas, elétrons e raios gama. Ele é usado, normalmente encapsulado, como fonte de raios gama na indústria e nas irradiações terapêuticas.

O cloreto de césio é usado na preparação de vidros eletricamente condutores e telas de tubos de raios catódicos. Em conjunção com gases raros CsCl é usado como em lâmpadas excimer: uma fonte de descarga de gás de luz ultravioleta que usa, por exemplo, eletricamente excitado XeCl moléculas excimer.

raios gama

Os raios gama são os mais perigosos. Atravessam o corpo e deformam as células, podendo levar a vários tipos de câncer.

Câncer de tireoide, tumores, leucemia aguda, doenças oculares, distúrbios psicológicos e até mesmo danos à composição genética são apenas algumas das piores consequências à saúde que a alta exposição à radiação pode causar em humanos.