Por que a linguagem neutra e ruim?

Perguntado por: iguterres . Última atualização: 17 de maio de 2023
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Um dos pontos levantados por quem é contra o uso da Linguagem Neutra é que as novas grafias tornam a comunicação repetitiva e longa. Dizer “todos e todas”, por exemplo, é redundante, visto que pode-se dizer apenas “todos”.

A linguagem inclusivanão sexista – é aquela que envolve todas as pessoas, sem especificar gênero e sem alterar a ortografia das palavras. A linguagem neutranão binária – é aquela que evita a binaridade entre gêneros feminino e masculino.

Ela também exclui os surdos, que precisam fazer a leitura da linguagem labial e os disléxicos, que já possuem uma dificuldade natural de compreensão.

A verdade científica é: os seres humanos nascem geneticamente macho (XY) e fêmea (XX). A meia-verdade é: algumas pessoas têm lutas interiores quanto à sua identidade sexual, então elas teriam um gênero neutro.

O objetivo é que essa forma de pronome seja naturalizada e comumente usada, para ajudar na inclusão de pessoas não binárias e de todas as pessoas que se desprendem das restrições de gênero. Além da inclusão, o uso do pronome neutro também depende da empatia de como outras pessoas gostam e querem ser chamadas.

Os pronomes neutros são maneiras inclusivas de tratar pessoas que não se sentem pertencentes exclusivamente nem ao gênero masculino, nem ao feminino. Essas pessoas são chamadas não-binárias. Os pronomes neutros mais comuns são "elu" e "ile", que substituem os pronomes "ele" e "ela".

Ao nos referirmos a um coletivo em que haja pelo menos uma pessoa do gênero masculino, escrevemos: 'Nossas saudações a todos'. Nos usos do ativismo, usa-se: 'Nossas saudações a tod@s', 'todxs', 'todes' e, mais recentemente, 'tods'.

O termo "todes" é usado pela comunidade não-binária, ou seja, pessoas que não se identificam com o gênero feminino nem com o masculino. Informalmente, foi criada a "linguagem neutra" para utilizar termos que não definam essas pessoas como homem ou mulher, como forma de inclusão e respeito.

A linguagem neutra é uma “tentativa de uso inclusivo” da língua. É o que explica o linguista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Luiz Carlos Schwindt. Em entrevista à CNN Rádio, no CNN No Plural, ele disse que toda língua é “impregnada das nossas crenças, história pessoal e até estratificação social.”

A resposta é simples: no idioma português, o masculino e o neutro se fundiram graças às suas estruturas morfossintáticas parecidas. Desde então, o masculino genérico passou a indicar neutralidade do sujeito, ou gênero não marcado, e o feminino se tornou o único marcador de gênero de verdade.

Dizer “Bom dia a todos” seria suficiente para incluir homens e mulheres, uma vez que a língua portuguesa se vale da forma masculina como o uso “neutro” que abrange elementos de gêneros distintos. Desse modo, “todos e todas” pode ser considerado uma redundância (ou pleonasmo) de fato.

Ministros e outros representantes da nova gestão presidencial usam palavras sem gênero definido para abrigar população LGBTQIA+ Além da saudação tradicional a homens e mulheres, o governo Lula passou a adotar o pronome neutro 'todes' em eventos e cerimônias oficiais.

A linguagem neutra é sustentada no uso de termos sem marcação de gênero masculino ou feminino, como a língua portuguesa historicamente estabelece. Nesse caso, a linguagem neutra tem o objetivo de incluir todas as pessoas, independentemente da sua identidade de gênero, sexualidade, ou outros aspectos de sua expressão.

O pronome neutro “hen” tem sido usado desde a década de 1960, mas ganhou força nos últimos anos com o ativismo da comunidade trans. O uso pronome é tão difundido atualmente que ele ultrapassa o âmbito do ativismo trans e feminista, sendo implementado em textos oficiais, legais e também pela imprensa e livros.

A linguagem de gênero neutro está sendo cada vez mais adotada na América Latina, em espanhol ou em português, e também em lugares que usam inglês ou francês, por apoiadores que dizem que ela ajuda a criar uma sociedade mais inclusiva.

“Ela/dela”, “Ele/dele”, “Elu/delu”, “Ile/dile” são algumas dessas possibilidades. Com “ela” e “ele” você, provavelmente, está familiarizado desde que nasceu. Já “Elu/delu” e “Ile/dile” são pronomes considerados “neutros” e integram sistemas da chamada linguagem não binária – também conhecida como linguagem neutra.

Pangênero é uma identidade de gênero não-binária de pessoas trans. É uma experiência de gênero que se refere a uma enorme e diversa multiplicidade de gêneros que pode se estender ao infinito, porém sempre dentro da cultura e experiência de vida da pessoa.