Por que o cinema brasileiro não é valorizado?

Perguntado por: rportela . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Um dos motivos pelo qual a falta de incentivo ao cinema brasileiro ocorre é porque, ao pensar em cinema, somos levados a pensar diretamente nos filmes internacionais, realizados em grandes estúdios. Essa situação torna-se perceptível quando vamos ao cinema e a maioria dos filmes que vemos em cartaz são estrangeiros.

O cinema brasileiro no pós-pandemia teve uma queda significativa de market share: em 2021, o número foi de 1,7%; em 2022, aumentou um pouco, chegando a 4,2% – mesmo com o lançamento de cerca de 200 longas brasileiros inéditos. Além disso, nenhum título alcançou um milhão de espectadores desde a pandemia.

Entre os entrevistados pela pesquisa, 61% já voltou a frequentar o cinema, 24% ainda não e 15% respondeu “mais ou menos”. Para voltarem de vez, 24% espera desconto no ingresso, 23% espera mais segurança em relação à pandemia e 19% aguarda uma melhor programação de filmes.

Logo, a desigualdade de acesso a esses programas de lazer e a negligência estatal sobre os investimentos em estruturas de cinema, são empecilhos para a democratização do acesso ao cinema no Brasil. Em primeiro lugar, vale ressaltar que a desigualdade presente nos cinemas é evidente.

Quando se trata da democratização do cinema, há também a influência das novas ferramentas de filmagem e das redes sociais e plataformas de streaming, democratizando mais do que o acesso ao cinema, tornando acessível também, o processo de criação de filmes e curtas, o que é fundamental.

A falta de acesso potencial a esse e a outros equipamentos culturais, como museus e teatros, varia por sexo, cor ou raça, grupo de idade e nível de instrução, como aponta o Sistema de Informações e Indicadores Culturais, divulgado hoje (5) pelo IBGE. “Isso é uma barreira de acesso potencial.

Uma das principais ações do cinema é a capacidade de fazer o espectador se emocionar e refletir. Isso usado para tratar de questões importantes que envolvem nossa sociedade, resulta em uma ferramenta muito poderosa para atingir as pessoas de maneira diferente.

O cinema tem papel importante para a transformação da sociedade, pois através dele é possível chamar a atenção para diversas questões e realidades, além de possibilitar a transmissão de valores essenciais para a garantia e promoção de direitos humanos.

Primeiro, porque o cinema brasileiro retrata a nossa cultura, que é riquíssima. Segundo, porque temos a Lei 13.006/14, que estabelece a necessidade de incluir, no projeto pedagógico das escolas de educação básica, “a exibição de, no mínimo, duas horas mensais de filmes de produção nacional”.

A grande preocupação destes estava em atender a ênfase por temas nacionais, fazer o cinema nacional reencontrar o homem brasileiro, sendo seu maior objetivo espalhar pelo território nacional a visão crítica da realidade social do país.

Em uma projeção para a arrecadação até o fim do ano, se os números do primeiro semestre se repetirem nos seis últimos meses de 2023, teremos 111,2 milhões de ingressos vendidos e R$ 2,2 bilhões em arrecadação, o que superaria os 95,6 milhões e R$ 1,825 bilhão de 2022.

O Auto da Compadecida foi o filme brasileiro de maior bilheteria no ano 2000, tendo vencido o Grande Prêmio Cinema Brasil em 4 categorias.

Os números mostram que 5.109 dos 5.570 municípios do Brasil não têm salas de cinema. E a triste realidade atinge, em geral, as pequenas cidades brasileiras, principalmente em Minas Gerais, que soma 10,874 milhões de pessoas sem acesso ao cinema, em São Paulo, com 9,846 milhões, e na Bahia, com 8,939 milhões.

54% dos brasileiros nunca foram ao cinema | Marcas & Cidadania.

Essa questão vai de encontro ao princípio de Isonomia previsto pela Constituição Federal de que “todos são iguais perante a lei”, pois o cinema não é acessível à toda a população e os cidadãos terem condições de ver um filme nas grandes telas.

A ditadura valorizou a família, a tradição e a propriedade privada, enquanto o cinema buscava questionar esse modelo repressor de vida. O cinema nos mostrou novas possibilidades de amar e de erotizar os corpos, retirando-os, momentaneamente, da esfera moral reguladora da época da ditadura.

A primeira exibição no Brasil aconteceu em 1896, no Rio de Janeiro. Todos os filmes eram documentais. Mas o passo decisivo para o desenvolvimento do cinema nacional veio quando os imigrantes italianos chegaram a São Paulo. Eles acabariam tomando conta do mercado nos próximos 30 anos.

O cinema brasileiro iniciou sua história em 1898, com a produção de documentários realizados pelos imigrantes italianos Affonso e Paschoal Segreto. De dentro de um navio francês e com uma câmera inglesa, eles filmaram a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro.

O cinema chegou ao Brasil em 1896, quando a primeira sessão de cinema foi realizada em nosso país. Por meio desse aparelho, foi possível reproduzir imagens animadas e projetá-las em paredes ou telas. O cinematógrafo foi criado em 1895 e sua primeira exibição se deu em 28 de setembro do mesmo ano.

A pesquisa ainda mostra que os principais frequentadores de cinema são pertencentes à classe A (68%), seguida da classe B (49%), C (27%) e DE (11%).

Sentirmo-nos bem sozinhos é estar bem resolvidos. Ir ao cinema ou fazer uma refeição sozinho é normal. É, simplesmente, ir ver um filme ou fazer uma refeição.