Por que os fazendeiros passaram a substituir o trabalho escravo pelo trabalho assalariado em 1850?

Perguntado por: acosta . Última atualização: 1 de maio de 2023
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A economia cafeeira perdurou por algum tempo sua estrutura organizacional, gerando estabilidade institucional e baixa probabilidade de reconfiguração. Apesar disso, de maneira gradual, o mercado de trabalho sofreu seu processo de mudança institucional, que culminou na abolição da escravidão.

Nos séculos XVI e XVII, existiam trabalhadores assalariados nos engenhos coloniais e não somente trabalhadores escravizados. Durante os séculos XVI e XVII, uma das atividades econômicas que prevaleciam na colônia Brasil era a plantação de cana-de-açúcar e o seu processamento nos engenhos.

A escravidão moderna só tem sentido histórico quando entendida como parte do processo de gestação da produção capitalista em escala mundial. Que o trabalhador seja assalariado nesse modo de produção é uma consequência do desenvolvimento desse sistema, da busca pelo lucro.

Em pouco tempo, a grande demanda por escravos acabou os transformando em uma mercadoria de alto valor que encurtava o lucro dos cafeicultores. Dessa forma, o emprego da mão de obra imigrante europeia se transformou na alternativa mais barata e viável.

A opção para substituir a mão de obra escrava com a abolição da escravatura que ocorreu no final do século XIX foi o uso do trabalho dos imigrantes que vinham à procura de trabalho nas lavouras de café e acabavam, muitas vezes, deslocando-se para os núcleos urbanos que começavam a despontar nessa época.

A Lei Eusébio de Queirós, aprovada em 1850, determinou a proibição definitiva do tráfico negreiro no Brasil. Foi sancionada em resposta à pressão inglesa sobre o nosso país.

A abolição do trabalho escravo ocorreu por meio da Lei Áurea, aprovada no dia 13 de maio de 1888 com a assinatura da regente do Brasil, a princesa Isabel. A abolição da escravatura foi a conclusão de uma campanha popular que pressionou o Império para que a instituição da escravidão fosse abolida de nosso país.

- O escravo não possui nenhum tipo de liberdade. - Não possuíam direitos, apenas deveres. - Eram obrigados a realizar todos os trabalhos ordenados pelos proprietários ou pelo Estado. - Estavam presos à condição de escravos, ou seja, não podiam deixar o trabalho para buscar melhores oportunidades.

Somente depois da Revolução Industrial europeia que a ideia do trabalho assalariado passou a existir. Isso porque os processos de compra das terras férteis pelos que tinham mais poder econômico forçaram a saída dos trabalhadores rurais dos campos, que passaram a se amontoar nas áreas mais urbanas.

Além disso, seria difícil manter assalariados os semi-assalariados nas grandes propriedades: dada a disponibilidade de terras, eles poderiam tentar outras formas de vida - tornando-se artesãos, posseiros e pequenos agricultores, por exemplo - o que complicaria o fluxo de mão de obra para a empresa mercantil, na qual o ...

Quem paga o salário, o faz com uma parte do seu capital, para pagar o trabalho realizado. Assim, o trabalho é apropriado pelo capital, que compra a força de trabalho, que lhe útil. Dessa forma, a força de trabalho se transforma em mercadoria, que é a única na produção capitalista que pode criar mais valor.

Enquanto o servo de um senhor feudal trabalhava a terra de forma a produzir diretamente o seu sustento, cedendo parte da produção ao senhor como forma de tributo, o trabalhador assalariado trabalha em função de uma moeda, para só então poder ter contato com seu sustento.

As condições ruins e os salários baixos garantiam aos ex-escravos uma posição subalterna e marginalizada na sociedade. O mesmo aconteceu nas grandes cidades, uma vez que esses libertos, sem oportunidades e sem estudo, eram sujeitos a empregos ruins e mal remunerados.

A primeira grande diferença entre o trabalho escravo no Brasil Colônia- Império e o trabalho análogo ao de escravo nos dias de hoje é o fato de que no século passado a prática da escravidão era permitida e, hoje, ela é proibida, sendo tipificada como crime pelo Código Penal Brasileiro.

Por fim, a escravidão indígena foi suplantada pela africana, pois se acreditava que os índios não suportavam o trabalho forçado e acabavam morrendo. Isso acontecia em decorrência do trabalho pesado ou vítimas de epidemias contraídas do contato com o homem branco, gripe, sarampo e varíola.

Chegando ao Brasil, os imigrantes eram contratados pelo sistema de parceria. Nesse sistema, os fazendeiros custeavam a vinda dos imigrantes, fazendo com que eles já chegassem endividados. Além disso, trabalhavam em um pedaço de terra da fazenda e os lucros e prejuízos da colheita eram divididos.