Porque o Nordeste sofre tanto?

Perguntado por: aornelas . Última atualização: 29 de abril de 2023
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A região Nordeste do Brasil mantém, em termos médios, problemas sociais históricos: defasagem e pouca diversificação da agricultura e indústria, grandes latifundiários, concentração de renda, agravados no sertão nordestino pelo fenômeno natural de secas constantes (ver: Polígono das secas).

A região Nordeste do Brasil é uma das maiores do país, apresentando a terceira maior economia nacional. Porém, a falta de políticas públicas eficientes e descaso com a população dessa região, aliados ao clima árido, a tornam pobre. O indicador é conhecido como linha de pobreza.

O desmatamento e as queimadas da vegetação ocasionam uma serie de consequências negativas, como a perda da biodiversidade, degradação do solo, processos erosivos, escoamento superficial, diminuição da água para recargas dos aquíferos, entre outras consequências.

A possível explicação para o aumento da desigualdade no Nordeste, segundo a pesquisadora, é o corte de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. “A única fonte de renda que teve queda foi a de outros rendimentos, que caiu 1,5% no país, e é onde estão os programas [de transferência de renda].

O Sudeste

O Sudeste é a região mais preconceituosa do país. O estudo feito pela Skol, em parceria com o Ibope, abordou quatro tipos de preconceitos mais recorrentes: machismo, LGBTfobia, estético e racial.

Um dos principais problemas do Nordeste é a desigualdade socioeconômica, motivada pela distribuição de renda desigual. Outros agravantes são as altas taxas de mortalidade infantil e o reduzido serviço de saneamento ambiental.

A densidade demográfica da região Norte é bem menor que a da região Nordeste. Então, acaba que há uma concentração maior de pobres no Nordeste", explana o professor.

Marajá do Sena, no Maranhão, tem a pior renda per capita do país.

O Maranhão é o Estado em que a população tem a menor renda média mensal, de R$ 409. O valor corresponde a menos de um terço (31,2%) à renda média da população brasileira, que é de R$ 1.310. Os outros Estados com pior situação de seus habitantes são Pará (R$ 507), Alagoas (R$ 552), Piauí (R$ 554) e Ceará (R$ 583).

É a Região minei- ra do Nordeste (1), a RMNe. Ao contrário do que normalmente se imagina, essa é a área mais pobre de todo o Nordeste/Sudene, apresentan- do o pior indicador global de desen- volvimento econômico.

As regiões Norte e Nordeste do Brasil possuem a maior porcentagem de população pobre e extremamente pobre no país.

Sedimentos marinhos explicam por que o Nordeste é tão seco. As chuvas associadas à chamada Zona de Convergência Intertropical impactam a segurança alimentar e hídrica de aproximadamente 1 bilhão de pessoas ao redor do planeta. O polígono das secas abrange parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais.

O Nordeste tem a menor quantidade de recursos hídricos do Brasil, em contrapartida tem uma alta densidade demográfica e isso dificulta o abastecimento de água. Segundo a Eco Nordeste (2020) 27,6% dos nordestinos ainda carecem de água em suas torneiras e 72% da população ainda não possui coleta de esgoto.

No Nordeste, 5,5 milhões caíram na pobreza no ano passado, elevando o número de pobres na região para 22,8 milhões, quase 40% da população nesta parte do país. No Sul, o contingente aumentou em 400 mil, fazendo com que os mais pobres passassem a representar 10% do total da população nesta parte do país.

A Região Nordeste concentrava quase metade das pessoas em situação de miséria, cerca de 6 milhões, e pouco mais de 45% dos brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza, cerca de 23,2 milhões.

As cidades de Rodelas, Cairu e Coronel João Sá têm mais de 90% da população em situação de pobreza e extrema pobreza no Cadastro Único (CadÚnico), segundo informações da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) da Bahia.

A maior taxa de feminicídio ocorre no Espírito Santo, com 11,24 por 100 mil mulheres, seguido da Bahia com 9,08 por 100 mil. “Há uma naturalização da violência contra as mulheres.

Quando o assunto é a taxa por 100 mil habitantes, o estado com a maior taxa é Mato Grosso, com 4,9; seguido de Rio Grande do Sul (8,7) e Rondônia (5,0). Em 2020, a unidade federativa com a taxa mais elevada foi Rio Grande do Sul, com 10,8; seguido de Rondônia (4,5), Mato Grosso (3,0) e Maranhão (2,2).

É chamado de preconceito linguístico o ato de julgar de forma negativa ou depreciativa a forma de falar de algum indivíduo, ato este realizado por pessoas que dominam um mesmo idioma. É justamente isso o que vivenciam muitos migrantes nordestinos e faz com que se sintam diminuídos e humilhados.

O Nordeste é a região que mais explora a mão de obra infantil no país. A pobreza de boa parte de seus moradores empurra os menores para o trabalho. Em Pernambuco, por exemplo, 270 mil crianças e adolescentes são explorados em diversas atividades econômicas, em vez de se dedicarem aos estudos.

Representando cerca de 13% do Produto Interno Bruto — PIB brasileiro, a economia da região Nordeste é distribuída entre agricultura (cultivo de cana-de-açúcar), extrativismo (principalmente com a produção de petróleo e gás natural), indústria (complexos industriais presentes nas capitais) e turismo.