Quais preconceitos o funk sofre?

Perguntado por: afarias . Última atualização: 31 de janeiro de 2023
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Assim como outras manifestações da cultura negra e periférica do passado — caso do samba e da capoeira —, o funk sofre perseguições. “Atribuo isso ao preconceito de classe e ao racismo, por ser originário de um território marginalizado, como favelas, e ser cantado majoritariamente pela juventude preta”, reflete Gomes.

Outros casos mais recentes na história do funk demonstram como a juventude funkeira — negra e periférica — continua sendo retratada como criminosa. Em 2019, houve a prisão do DJ Rennan da Penha, idealizador do famoso Baile da Gaiola e importante figura na divulgação do estilo 150BPM pelo Brasil.

A despeito dos conteúdos depreciativos e sexistas contidos em grande parte das letras, o fato é que grande parte da desvalorização do funk está atrelada ao preconceito e à invisibilidade atribuída às manifestações culturais oriundas das periferias e expressadas por pessoas que estão à margem da sociedade.

Funk é um gênero musical com ritmo forte e que incita a dança. O funk teve origem nos Estados Unidos nos anos 60, e foi criado através de uma mistura de outros gêneros musicais afro-americanos, como o jazz, blues e soul. Uma das figuras mais reconhecidas do início do funk foi o artista James Brown.

O funk sempre foi visto com preconceito por ser uma manifestação cultural da juventude pobre. Mas, nos últimos anos esse estilo musical tem tido uma grande repercussão nos meios de comunicação. O que antes era restrito a uma classe mais baixa, hoje se tornou o ritmo do momento.

Funk é lixo cultural porque seu conteúdo é quase 100% apologia de sexo, violência e baixaria suburbana. O funk nem sempre foi como conhecemos hoje em dia.

O funk como expressão musical se constitui em um contrassenso binário entre o seu apogeu midiático e, ao mesmo tempo, o imaginário social discriminatório atribuído por heranças preconceituosas que se perpetuam no horizonte da vida social das pessoas.

10 músicas mais pesadas e sombrias

  • Mars, the Bringer of War — Gustav Holst. ...
  • Revolution 9 — The Beatles. ...
  • I'm a Marionette — Abba. ...
  • Stigmata Martyr — Bauhaus. ...
  • Mein Teil — Rammstein. ...
  • The Thing That Should Not Be — Metallica. ...
  • Bleed — Meshuggah. ...
  • Persepolis — Septicflesh.

O funk é música. Incomoda pois é periférica. Já foi assim com o samba. O rock de condomínio, a bossa nova, os folks tilelê, a música eletrônica internacional?

Por essa lógica, por ser uma manifestação cultural, seria justificado o funk ter palavrões na sua linguagem musical. Até porque o palavrão nunca teve uso tão generalizado como hoje, atendendo, assim, ao seu público.

"A criminalização do funk é a forma pós-moderna de repressão penal da cultura popular marginal nos morros cariocas", diz. Segundo Almeida, cuja tese de doutorado foi sobre a criminalização do samba, a perseguição ao ritmo símbolo do país era essencialmente racista.

O funk poe não ser apreciado por todos os ouvintes, contudo, é considerado um estilo musical de grande relevância social. Portanto, criminalizar o funk seria restringir a liberdade individual, cerceando a democracia em sua relação cultural e privando a sociedade de escolher os estilos musicais de forma ampla.

O funk tornou-se renda para muitas famílias e tem mudado a vida de muitos. As coreografias, as roupas, as gírias passaram a fazer parte do cotidiano da população e a ter grande repercussão na internet. Um grande exemplo disso é o aplicativo de dança TikTok, onde os funks são tendências e rendem grandes engajamentos.

Segundo Bruno Ramos, o funk já provou que salva vidas. "Ele tira crianças das mãos do crime, dá um caminho profissional para muitos jovens, permite espaços de liberdade e o reconhecimento para as mulheres e para a comunidade LGBTQIA+, que são esses corpos estigmatizados pela grande mídia”, enfatizou.

Atualmente, o funk é visto como parte da cultura brasileira. Nos últimos anos, ele ganhou subgêneros, um número cada vez maior de artistas surgiram, ganhou destaque internacional e até mesmo se tornou tema de série. O que poucos compreendem é que esse é um ritmo que tem uma importância muito grande para o Brasil.

O funk (pronúncia: [fânc]) é um gênero musical que se originou em comunidades afro-americanas em meados da década de 1960, quando músicos afro-americanos criaram uma nova forma de música rítmica e dançante através da mistura de soul, jazz e rhythm and blues.

Mas foi o Swing de James Brown que deu popularidade ao gênero, razão pela qual ele é conhecido como rei do Funk.

Não existe muito preconceito dentro do gênero e da sociedade. Aspectos negativos: Alguns acham vulgar, na dança ou no palavreado. Muitas vezes faz apologia a drogas, estupros, e várias violências.

O funk é um dos principais ritmos musicais do Brasil, extremamente reconhecido tanto em âmbito nacional quanto internacional. Está associado às comunidades brasileiras, principalmente, e faz alusão aos modos de vida presentes nas comunidades e também aos problemas sociais por elas enfrentados.

Talvez o rap não obtenha tanta notoriedade pelo fato de produzir textos reflexivos e resistentes ao sistema social vigente. Do mesmo modo, existem funks com conteúdos críticos, como os de MC Garden que refletem sobre a política e opressão de seu grupo, mas esses não chegam a ser difundidos pela indústria cultural.