Qual é o nome do filho de Iracema?

Perguntado por: acapelo . Última atualização: 30 de maio de 2023
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O filho de Iracema e Martim chama-se Moacir, que é, conforme Alencar (1993, p. 77), “o nascido de meu sofrimento”. Portanto, percebe-se que o nome não é por acaso, foi dado porque “Moacir, filho do sofrimento, de moacy (dor) e ira, desinência que significa 'saído de'” (ALENCAR, 1993, p.

Moacir é o filho nascido da união de Iracema e Martim. De maneira simbólica ele representa o homem brasileiro, fruto do índio e do branco.

O romance de José de Alencar publicado em 1865 retrata a história de um casal composto por Iracema – a índia de lábios de mel, detentora do segredo de Jurema (uma bebida preparada para as festas religiosas) e filha do pajé Araquém, da tribo Tabajara – e Martim – um colonizador português que vive na tribo inimiga ...

Ela recebe a visita de seu irmão Caubi, que conhece seu sobrinho. Contudo, cheia de tristeza e saudade de Martim, Iracema para de produzir leite e não consegue mais amamentar seu filho. Quando Martim retorna da guerra, conhece seu filho, que é chamado de Moacir. Logo em seguida, Iracema morre em profunda solidão.

Jesuíno e Iracema se casam.

Iracema é uma bela virgem tabajara, guardiã do segredo da jurema. É ela quem fabrica para seu pai, o pajé, a bebida sagrada de Tupã. Por isso, Iracema não pode entregar-se a homem algum, sob pena de perder a própria vida. Certo dia, ela encontra em meio à mata um estranho guerreiro branco: Martim.

O final de Iracema é triste: a índia acaba morrendo e entregando seu filho aos braços de Martim. A criança é a prova do amor dos dois, filha de uma indígena e um português, tornando-se o primeiro cearense de muitos outros que viriam.

O livro trata da história de uma índia, Iracema, que se apaixona por Martim (um guerreiro estrangeiro), mas Iracema não pode se casar com ele, pois guarda um segredo, o “segredo de jurema”.

Quando José de Alencar diz que Iracema é “a virgem dos lábios de mel”, significa que “os lábios de Iracema são tão doces quanto o mel”.

Martim, por sua vez, representa o guerreiro colonizador e conquistador. Seu nome é associado a Marte, o deus greco-romano da guerra. A união entre os dois representa a lenda da criação do Ceará, pois Iracema foi enterrada à sombra de um coqueiro em que a jandaia, sua ave de estimação, cantava em lamento à sua morte.

MARTIM – baseado em figura histórica real (Martim Soares Moreno, o primeiro colonizador português do Ceará), representa o português que leva até os índios uma cultura civilizada e a fé cristã. IRACEMA – “virgem dos lábios de mel”, jovem índia tabajara que guarda o segredo da jurema, uma planta alucinógena.

Caubi: índio tabajara e irmão de Iracema.

A protagonista chama-se Iracema, que é, nas palavras do próprio Alencar (1993, p. 24), “a virgem dos lábios de mel”. Portanto, percebe-se que o nome não é por acaso, foi dado porque “Iracema em guarani significa 'lábios de mel', de ira (mel) e tembe (lábios).

A relação entre Martim e Iracema significa a união entre o branco colonizador e o índio, entre a cultura europeia, civilizada, e os valores indígenas, apresentados como naturalmente bons. É uma espécie de mito de fundação da identidade brasileira.