Quem criou o teto de gasto?

Perguntado por: lapolinario8 . Última atualização: 20 de fevereiro de 2023
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Um instrumento central da política de reequilíbrio fiscal do Governo Federal é a Emenda Constitucional nº 95/2016, que estabeleceu um limite para os gastos federais, equivalente à despesa de 2016, corrigida, em cada ano, pela inflação.

O teto de gastos, principal regra fiscal do país que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior, foi alterado por cinco vezes durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Boa parte das mudanças serviu para ampliar a verba de programas sociais durante a pandemia ou em ano eleitoral.

É necessário manter o Teto de Gastos para preservar as contas públicas brasileiras. Sem responsabilidade fiscal, o brasileiro pagará as consequências com aumento de impostos, inflação, juros e menos empregos. Preservar o Teto de Gastos é preservar o futuro do país.

Aí se disparam uns gatilhos punitivos. Aumentos salariais dentro do funcionalismo ficam vetados; novas contratações, proibidas; reajustes de carreira que gerem aumento de gastos, travados; concursos públicos são congelados; e nenhuma despesa obrigatória pode crescer acima da inflação.

A PEC (proposta de emenda à Constituição) da Gastança, aprovada em dezembro, elevou o teto para 2023 em R$ 145 bilhões e previu mais R$ 23 bilhões não sujeitos à regra para investimentos, entre outras flexibilizações.

Compete à Controladoria-Geral da União (CGU), como Órgão Central do Sistema de Controle Interno, elaborar a Prestação de Contas Anual do Presidente da República a ser encaminhada ao Congresso Nacional, em cumprimento ao inciso XXIV do artigo 84 da Constituição Federal.

Quando as receitas superam as despesas, é dito que há um superávit fiscal. Quando as receitas são inferiores às despesas, há um déficit fiscal. Quando o governo tem um déficit fiscal ele precisa custeá-lo, e isso normalmente é feito através da emissão de dívida pública.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve seu estoque ampliado em 2,18%, passando de R$ 5,475 trilhões para R$ 5,595 trilhões, de maio para junho. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve aumento de 10,56% sobre o estoque apurado em maio e encerrou junho em R$ 250,17 bilhões (US$ 47,76 bilhões).

O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou 2.912 contratos com 168 fornecedores inscritos no Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou as contas do governo com um superávit de R$ 54,1 bilhões em 2022, após oito anos de déficit.

Para corrigir o problema, a emenda constitucional que resultou no novo marco fiscal, em 2021, permitiu o envio de orçamentos fora do teto de gastos quando as despesas obrigatórias sujeitas ao teto de gastos ultrapassarem 95% das despesas totais.

O teto de gastos é um mecanismo para limitar o crescimento das despesas públicas à inflação registrada no ano anterior. Também chamada de “novo regime fiscal”, a Emenda Constitucional, que tem vigência de 20 anos, poderia ser revista a partir de 2026.

Emenda Constitucional nº 95. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art.

Em seu discurso de posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a responsabilidade fiscal, mas anunciou que vai acabar com o teto de gastos. Ele disse que é possível fazer uma condução econômica responsável e ao mesmo tempo incentivar setores como o industrial e o digital.

Trata-se de uma sinalização do compromisso do Estado com as contas públicas no longo prazo. Desta forma, controla-se os gastos do governo, permitindo que a dívida se estabilize.

O governo Bolsonaro enviou ao Congresso, nesta quarta-feira (31), a proposta para o Orçamento da União para 2023.

Controladoria-Geral da União. Ministério da Infraestrutura.

Contudo, a elevação da despesa líquida do setor público com juros, de 5% do PIB em 2021 para 6% do PIB em 2022, acabou determinando leve acréscimo do déficit nominal no período, de 4,3% para 4,7% do PIB.