Quem manda no preço da gasolina?

Perguntado por: avargas . Última atualização: 15 de janeiro de 2023
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Para definir o valor do combustível, a Petrobrás utiliza um cálculo instituído desde 2016, na presidência de Michel Temer (MBD), chamado Preço de Paridade de Importação (PPI). Em suma, ele vincula o valor do combustível no Brasil aos preços no exterior, ao custo de transporte do produto até o país e à cotação do dólar.

Essa variação de preços se deve aos aumentos praticados pela Petrobras, que tem aumentado o preço da gasolina de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional.

Os entrevistados pelo instituto apontam a empresa e Jair Bolsonaro (PL) como os maiores responsáveis pelas altas na gasolina, no etanol, no diesel e no gás de cozinha. De acordo com o levantamento, 49% são contra a privatização, 38% a favor e 13%, não sabem ou não responderam.

O Projeto de Lei Complementar nº 18 limitou em 17% ou 18% a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis nos estados. A medida, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 23 de junho, abrange gasolina, querosene de aviação, óleo diesel, álcool anidro e álcool hidratado.

Isso acontece porque, diferentemente do mercado internacional, a Petrobras fixa os preços dos combustíveis de acordo com critério próprio e também do governo, que é controlador da empresa. O argumento é que, assim, a empresa evita transmitir volatilidade ao consumidor – o preço não sobe e desce o tempo todo.

De forma resumida, o aumento nos combustíveis tem vários fatores: dependência de importação, política de preços adotada, aumento do preço do barril de petróleo, aumento do câmbio (dólar), reajustes às distribuidoras, entre outros.

O aumento no preço ocorre em decorrência da implementação do reajuste de 18,8% no preço da gasolina comum cobrado nas refinarias anunciado pela Petrobras em 10 de março. A empresa reajustou ainda o preço do óleo diesel em 24,9% e do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, em 16%.

Petróleo em queda
O preço da gasolina tem sido beneficiado pela queda do petróleo no cenário internacional. Há uma preocupação com uma possível desaceleração do crescimento mundial, o que contribui para a queda do preço da commodity.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil atribuem o aumento do preço médio dos combustíveis nos postos brasileiros a um ajuste natural do mercado motivado pelo crescimento na demanda e à subida nos valores da gasolina e do diesel vendidos pela refinaria privada de Mataripe, na Bahia, responsável por cerca de 14% da ...

Em 2014, ano eleitoral, o preço médio da revenda de um litro de gasolina estava em R$2,98.

Desde outubro de 2016, a Petrobras adota a política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o preço dos derivados de petróleo nas refinarias ao comportamento do preço do produto em dólares no mercado internacional.

A Petrobras é uma estatal autossuficiente em produção de petróleo, mas segue os preços internacionais porque não tem condições de transformar todo o petróleo em gasolina e diesel. O Brasil não possui capacidade de refino, por isso precisa exportar petróleo bruto e importar petróleo refinado.

1 – A guerra tem tudo a ver com o preço do petróleo
Para se ter uma ideia, o valor do barril do tipo brent (óleo cru, antes do refino, extraído nos mares do norte da Europa) passou de US$ 95 no dia 21 de fevereiro para US$ 106 no dia 14 de março. No dia 8 de março, o preço fechou em quase US$ 128 – alta de quase 35%.

Gasolina sobe 3% e fica acima de R$ 5 na primeira semana de 2023.

O preço médio do litro da gasolina voltou a ficar acima do nível dos R$ 5,00 na primeira semana de 2023, mesmo após a decisão do governo federal de prorrogar a isenção de tributos federais sobre combustíveis.

Em maio de 2020, o litro do combustível atingiu o valor mais baixo desde julho de 2001: R$ 3,82, em média (ou R$ 4,52, em valores corrigidos pela inflação). Em novembro de 2021, a gasolina chegou à máxima de R$ 6,74 (R$ 7,07 hoje).

Isso é por conta da quantidade de adição de etanol, um combustível mais limpo, que tem poder antidetonante, que aumenta a octanagem nos veículos.