Como a desigualdade social promove a violência?

Perguntado por: iescobar . Última atualização: 25 de abril de 2023
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"A desigualdade de renda coloca para a margem do sistema produtivo parte da população, favorecendo, por sua vez, a realização de atividades ilegais como forma de sobrevivência” explicam os pesquisadores.

De forma resumida, essa realidade pode gerar níveis altos de desemprego, desnutrição, doenças, violência, miséria, marginalização, mortalidade etc. Contudo, a redução das desigualdades contribui para a democracia brasileira, de modo que os recursos sejam mais bem alocados e a população tenha o respeito que merece.

Ainda hoje, a exclusão social e o acesso aos bens mantêm-se, sendo essa exclusão o maior problema causador da violência. Na esteira da exclusão, temos um sistema que, além de concentrar a posse das terras, concentra o acesso à educação e à saúde de qualidade nas mãos das elites dominantes.

As causas para a violência no Brasil possuem natureza estrutural e sistêmica. São exemplos as profundas desigualdades sociais, a falta de oportunidades para as camadas mais pobres da população, a ausência e a negligência do Estado, o sistema judiciário falho, o aumento da circulação de armas e o tráfico de drogas.

Não se trata de justificar a violência com a pobreza, muito menos dizer que quem é pobre comete crime. O objetivo é apenas demonstrar que há relação direta entre elas e que é preciso diminuir o nível de pobreza, aumentando a presença do Estado, para, consequentemente, diminuir a violência.

A desigualdade leva ao aumento da pobreza, da má qualidade da alimentação e à fome. Com isso, também há más condições de moradia, falta de saneamento básico, saúde precária, alta taxa de mortalidade infantil, violência e desemprego.

Os jovens de baixa renda são os mais afetados pelo desemprego e piores condições de trabalho, muitas vezes sem completar o ensino fundamental. Os jovens com renda mais alta, por outro lado, tendem a ser menos afetados pelo desemprego e encontram melhores empregos.

A desigualdade social, chamada muitas vezes de desigualdade econômica, é um problema social presente em todos os países do mundo. Ele decorre da má distribuição de renda e, ademais, da falta de investimento na área social. No geral, a desigualdade social ocorre nos países subdesenvolvidos ou não desenvolvidos.

Má distribuição de renda
A má distribuição de renda é, possivelmente, a maior causadora da desigualdade social de um país. A má distribuição da renda acontece quando existe um desequilíbrio entre a população que possui alta renda e a população mais pobre.

Esta afirmação é fruto das pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, que apontam que as pessoas pretas ou pardas são as que mais sofrem no país com a falta de oportunidades e a má distribuição de renda.

Além da desigualdade social, outro fator de risco que lidera as causas das violências no Brasil é a política equivocada de guerra às drogas, que fomenta confrontos diversos entre facções criminais e entre estas e as forças policiais, vitimando civis e policiais, em sua maioria, jovens, pobres e negros.

Cabe destacar que todo o processo de exclusão e vulnerabilidade social, como formas de expressão da violência, impactam diretamente na subjetividade das pessoas, causando sofrimento psíquico e emocional (PORTO, 2000).

Algumas das causas da desigualdade social
Lógica de mercado do sistema capitalista – quanto mais lucro para as empresas e os donos de empresa, melhor; Falta de investimento nas áreas sociais, em cultura, em assistência a populações mais carentes, em saúde, educação; Falta de oportunidade de trabalho.

UMA DAS CAUSAS da violência é a desigualdade social. Quanto mais desigual uma sociedade, maior é a violência que nela impera. Sendo o Brasil um dos países mais desiguais do mundo, a consequência é que seja um dos mais violentos. Milhares de pessoas são mortas por ano, principalmente, negros, mulheres e jovens.

POSSÍVEIS MEDIDAS CONTRA A VIOLÊNCIA
1) Realização de projetos sociais com intuito de diminuir a desigualdade social. Abrindo outros caminhos, além dos caminhos criminosos que fomentam a violência, à população de baixa renda (principalmente aos jovens).

Reações como pânico geral, o pânico de morrer, a impressão de estar a viver um pesadelo, a desorientação geral, o sentimento de solidão e o estado de choque, são reações comuns e normais nas vítimas de crime. Assim, quanto mais violento o crime, maior será o estado de afetação geral da vítima.

O que gera a violência urbana é a desigualdade social a que estão submetidos os cidadãos das urbes em países em subdesenvolvimento. Combinados com a infraestrutura deficitária do equipamento público, os elevados índices de violência refletem o descumprimento da garantia de direitos.

Desigualdade e urbanização
A América Latina também é uma das regiões mais desiguais do mundo e isso pode agravar o problema de violência, segundo especialistas. "Os países com maior desigualdade de renda são mais propensos a ter taxas mais altas de homicídio do que países com menos desigualdade", indica a ONU.

Contudo, ao contrário disso, é preciso compreender que a pobreza é uma violação dos direitos humanos, porque essa condição limita a fruição das liberdades individuais e coletivas dos(as) pobres, em razão da privação dos bens que lhes permitiriam viver dignamente.

Nível de desigualdade em 2020, medido pelo coeficiente de Gini. Entre 2019 e 2020, o indicador subiu de 88,2 para 89 no Brasil, em uma escala em que, quanto maior a nota, maiores a desigualdade e a concentração de renda. Em 2010, tinha caído ao mínimo de 82,2.