Como o Galo vai pagar o estádio?

Perguntado por: vAvila . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Totaliza-se, dessa forma, uma dívida de R$ 440 milhões, que será paga até 2029. Os recursos foram obtidos por meio da comercialização de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).

R$ 112 milhões – Investimento em futebol. R$ 104 milhões – Juros sobre dívidas. R$ 29 milhões – Andamento de ações judiciais. R$ 14 milhões – Outros.

A SAF do Atlético e o CRI da Arena MRV
Além dos ativos – a arena, o centro de treinamento e o departamento de futebol – a SAF herda as demais dívidas do clube, entre elas, o montante de R$ 450 milhões referente ao CRI Arena MRV, como explicou Bruno Muzzi, CEO do Atlético Mineiro, antes mesmo da aprovação do modelo.

Em 27 de janeiro de 2023, a Justiça ordenou que o Multiplan, conglomerado que adquiriu 50,1% do shopping Diamond Mall (de propriedade do Atlético-MG), depositasse R$ 14.259.767,58 a André Cury.

Com o esquadrão montado com o dinheiro dos mecenas, o clube virou protagonista e disparou suas receitas, que superaram os R$ 500 milhões, mais da metade disso obtido com dinheiro de TV e premiações por títulos. Assim, hoje a dívida do Atlético-MG equivale a 2,6 vezes a sua receita anual.

Sobre as dívidas de R$ 1,8 bilhão, que serão todas repassadas para a SAF do Galo, a ideia é quitar os empréstimos bancários, algo que será feito com o aporte de R$ 913 milhões – deste total, R$ 600 milhões vão entrar no caixa do Atlético e R$ 313 milhões serão para pagar Rubens e Rafael Menin, bem como Ricardo ...

Para concluir a construção da Arena MRV, o Atlético-MG buscou duas linhas de créditos: a primeira, em dezembro de 2021, levantou R$ 200 milhões, enquanto a segunda, em setembro de 2022, captou outros R$ 240 milhões. Totaliza-se, dessa forma, uma dívida de R$ 440 milhões, que será paga até 2029.

Dívida do Atlético
De acordo com o clube, a dívida subiu de R$ 1,312 bilhão para 1,571 bilhão. Nessa conta não entra a operação de R$ 440 milhões para concluir as obras da Arena MRV.

O ranking da Sports Value mostra que Atlético-MG lidera o valor total de dívidas, com R$ 1,6 bilhão, seguido do Cruzeiro, com R$ 1,05 bilhão, Corinthians, com R$ 910 milhões, Palmeiras, a R$ 876 milhões, e Internacional, que totaliza R$ 866 milhões.

A dívida do Atlético:
R$ 440 milhões da Arena MRV. R$ 600 milhões com banco. R$ 300 milhões de Profut. R$ 300 milhões com Rubens Menin/Ricardo Guimarães.

O Atlético é detentor de 100% da arena, que teve seu naming rights adquirido pela MRV Engenharia. Com projeto arquitetônico da Farkasvölgyi Arquitetura, as obras estão a cargo da Racional Engenharia e tiveram início em abril/2020 em um terreno de 128 mil m².

O estádio valia R$ 444 milhões em 2021, segundo estimativa do clube. O custo apurado da arena, de 2010, quando as obras começaram, até 2014, quando foi inaugurado, foi de R$ 582 milhões, também de acordo com o Palmeiras. Nada do Palestra Itália, o antigo estádio, foi deixado de pé.

A consultoria está no clube desde 2019 e elaborou o plano a ser seguido. A elevação da dívida estava prevista, já que o Galo não tinha recursos para se manter e tampouco para qualificar o elenco e colher resultados esportivos. No ano passado, por exemplo, as boas campanhas renderam mais de R$ 200 milhões ao Galo.

O maior aporte será dos 4 R's: R$ 400 milhões. A quantia, somada aos R$ 313 milhões do perdão da dívida, corresponde a 78% da Galo Holding. Os outros 22% serão divididos por dois fundos, que aportarão R$ 100 milhões cada. O primeiro deles já está definido, de acordo com o CEO Bruno Muzzi, mas ainda não foi divulgado.