Como se dá a produção de cultura para Adorno?

Perguntado por: emoreira . Última atualização: 8 de maio de 2023
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Para Adorno e Horkheimer, Indústria Cultural distingue-se de cultura de massa. Esta é oriunda do povo, das suas regionalizações, costumes e sem a pretensão de ser comercializada, enquanto que aquela possui padrões que sempre se repetem com a finalidade de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo.

O conceito desenvolvido por Adorno e Horkheimer se refere à ideia de produção em massa, comum nas fábricas e indústrias, que passou a ser adaptada à produção artística. É uma nova concepção de se fazer arte e cultura, utilizando-se técnicas do sistema capitalista.

Em um texto clássico escrito em 1947, "Dialética do Iluminismo", Adorno e Horkheimer definiram indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, música popular, programas de TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social.

"Adorno afirma que há um processo real na sociedade capitalista capaz de alienar o homem das suas condições de vida", explica Rita Amélia Teixeira Vilela, doutora em Educação pela Universidade de Frankfurt e professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).

Para Adorno, a arte apresenta a possibilidade de uma experiência que tenha sentido em si mesma e, portanto, livre das regras impostas pela indústria cultural. O caráter mimético da arte apresenta ao indivíduo que a contempla uma outra forma de experiência; ela é apenas uma promessa de felicidade.

A indústria cultural, portanto, não mede esforços para lançar os indivíduos em estado de indigência estética, isto é, no mais completo empobrecimento da reflexão crítica e da sensibilidade artística. A padronização é o valor decisivo desta proposta cultural.

A Cultura de Massa é produzida pela Indústria Cultural, ou seja, um conjunto de grandes empresas que pertencem à classe dominante que tem por objetivo produzir cultura.

Ela propõe a teoria como lugar da autocrítica do esclarecimento e de visualização das ações de dominação social, visando não permitir a reprodução constante desta dominação (na verdade, esta formação crítica a que se propõem os pensadores de Frankfurt pode ser entendida como um alerta à necessidade do esclarecimento da ...

“A Indústria Cultural é aquela que utiliza como base a cultura de determinados polos do mundo para fabricar seus produtos. Contudo, ela também promove uma mudança no estilo de cultura dos indivíduos, promovendo, assim, um comportamento muitas vezes considerado massivo em uma perspectiva de consumismo exacerbado.

Adorno e Horkheimer denunciam o desvio do projeto e o descaminho da razão iluminista. E por isso a própria razão deve passar por um processo de esclarecimento, sob pena de ameaçar o projeto originário de emancipação do sujeito.

Adorno e Horkheimer defendiam, contudo, que o aspecto emancipatório da razão foi deixado em segundo plano em favor da razão instrumental, que buscava o domínio técnico-científico da natureza, incluindo a natureza interior do homem e do mundo social. A indústria cultural seria produto dessa razão instrumental.

Durante o regime nazista na Alemanha, que se instalou oficialmente em 1933, a perseguição aos judeus se acirrou. Nesse contexto, Adorno e Horkheimer, bem como outros intelectuais semitas alemães (como Marcuse e Hannah Arendt), buscaram refúgio fora da Alemanha.

A expressão Teoria Crítica é muito ampla em sua acepção: nomeia todas as teorias que se pautam pela negação da ordem estabelecida, pelo anti-positivismo, pela busca de uma sociedade mais justa e humana.

A teoria estabelecida pelos intelectuais da Escola de Frankfurt é chamada de teoria crítica por dois motivos: primeiro, porque faz uma crítica social do desenvolvimento intelectual da sociedade que incide sobre as teorias iluministas; e, em segundo lugar, porque propõe uma leitura crítica do marxismo, com novas ...

Adorno (1995b) argumenta que o pensar filosófico teria se tornado presa da coisificação, na medida em que se autonomizou do pensado e se tornou autocrático, traduzindo-se em fórmulas e funcionando como uma espécie de aparelho, comparável aos computadores.

Essa educação deve abranger a possibilidade de que todos os alunos dominem o conhecimento acumulado, que é patrimônio da humanidade, mas que abarque a construção de identidades solidárias e comprometidas com a justica social.

De acordo com Adorno, a educação deve desenvolver o esclarecimento e a reflexão crítica sobre a realidade objetiva. É a partir da experiência concreta do indivíduo, na sua relação com o mundo, que ele pode se conscientizar das forças sociais que o oprimem.

a elaboração do passado não significa elaborá-lo a sério, rompendo seu encanto por meio de uma consciência clara. Mas o que se pretende, ao contrário, é encerrar a questão do passado, se possível inclusive riscando-o da memória.

Em seus escritos sobre educação, Adorno associa a realização de experiências com um modo apropriado de pensar a realidade, o qual pode conduzir à emancipação. Essa ideia pressupõe que o pensamento apresente uma relação alternativa com seu objeto, buscando expressar seus aspectos não conceituais.