É possível ter HPV e não ter câncer?

Perguntado por: eboaventura . Última atualização: 23 de maio de 2023
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Estima-se que o risco de uma pessoa ter contato com o HPV durante a vida chega a 80%. Menos de 5% podem ter uma manifestação viral e menos de 1% vai ter uma lesão precursora do câncer de colo. Por ser muito frequente, as infecções podem começar logo no início da vida sexual.

O tratamento depende do local e da gravidade das lesões.
A maioria das pessoas com o HPV eliminará o vírus espontaneamente com a própria imunidade, não necessitando de nenhum tratamento, apenas acompanhamento.

Para que o câncer do colo do útero se desenvolva em mulheres com sistemas imunológicos normais, são necessários de 15 a 20 anos. Em mulheres com sistemas imunológicos debilitados – as que estão infectadas pelo vírus HIV e sem tratamento –, o desenvolvimento do câncer pode levar apenas de 5 a 10 anos.

Já o diagnóstico de alterações relacionadas aos vírus de alto risco é feito por meio de exames especializados para a visualização direta de alterações malignas nas células. O exame mais conhecido é o papanicolau, com a coleta de células do colo de útero. Outros exames incluem colposcopia, anuscopia, peniscopia.

Sintomas que precisam ser investigados:
Sangramento e secreção vaginal anormal; Dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais; Sangramento menstrual mais prolongado; Sangramento após a relação sexual e dores durante a relação.

Apesar do HPV ser muito frequente, trata-se de uma infecção benigna, já que apesar muitas pessoas terem contato com HPV a maioria nunca vai desenvolver doença. A minoria que pode desenvolver doença, terá infecção subclínica que vai se resolver espontaneamente, independente de tratamento.

É considerado uma infecção sexualmente transmissível (IST) e é a causa de mais de 70% dos casos de câncer de colo de útero (os tipos mais frequentes que culminam em tumores são o HPV 16 e o 18).

Não é recomendado ter relações sexuais se ainda for observada a presença de lesões, pois é um indicativo de que a infecção está ativa. Também há a possibilidade de existir lesões planas, que não são visíveis a olho nu, mas que podem transmitir o vírus. Lembre-se sempre de utilizar preservativos!

A maioria dessas mulheres (que têm HPV e um Papanicolaou normal) já não terá mais o HPV em um novo exame 6 meses depois (em torno de 60%, ou 60 de 100). Além disso, muitos não terão o HPV após 12 ou 18 meses.

Papanicolau: identificar lesões no colo do útero
O Papanicolau, diferentemente do exame de HPV, não identifica o vírus em si, mas as alterações nas células do colo do útero que podem indicar lesões pré-cancerosas. É um exame preventivo que contribui para o diagnóstico precoce do câncer.

O diagnóstico de HPV é clínico, podendo ser analisado visualmente pelo médico responsável. Na mulher, são também realizados exames laboratoriais como Papanicolau, colposcopia e, se necessário, biópsia. No homem, são realizados exames urológicos.

HPV tem cura definitiva? Na grande maioria dos casos, o nosso sistema imune elimina o vírus. No entanto, algumas pessoas podem ter uma infecção persistente por um subtipo viral específico e, com isso, surgirem lesões verrucosas, em sua maioria benignas e geradas por subtipos de baixo risco como HPV 6 e 11.

Pelo menos 12 tipos de HPV podem ser considerados cancerígenos. Entre eles, os mais perigosos são os de tipo 16 e 18, que costumam aparecer em cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero. O HPV-16 é o mais frequente. Além disso, eles podem provocar outros tipos de câncer, como o anal e o de orofaringe.

Um dos sinais de infecção por HPV são algumas verrugas dolorosas nos órgãos genitais, que podem estar isoladas ou agrupadas. Além disso, se você tiver essa infecção, o pênis, vagina, ânus, vulva, colo do útero podem ficar irritados e coçando, e podem aparecer lesões nos genitais, assim como na garganta e na boca.

Sorologia para HPV (exame de sangue)
O exame de sorologia HPV é realizado através de um exame de sangue capaz de detectar os anticorpos contra o vírus no organismo.

SINTOMAS. O HPV pode ser sintomático clínico e subclínico. Quando sintomático clínico, o principal sinal da doença é o aparecimento de verrugas genitais na vagina, pênis e ânus. É possível também o aparecimento de prurido, queimação, dor e sangramento.