Em que ano foi o Holocausto Brasileiro?

Perguntado por: afernandes . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Você já ouviu falar sobre o holocausto brasileiro? Ele aconteceu aqui em Minas Gerais, precisamente na cidade de Barbacena, entre os anos de 1930 e 1980.

Holocausto Brasileiro é um livro-reportagem da jornalista Daniela Arbex, lançado em 2013, que denuncia os maus-tratos ocorridos no Hospital Colônia de Barbacena a partir de depoimentos de sobreviventes, ex-funcionários e pessoas diretamente envolvidas na rotina do maior hospício do Brasil.

O termo “holocausto” também é usado para se referir às práticas violentas no Brasil. O Holocausto brasileiro corresponde ao genocídio de mais de 60 mil brasileiros no Hospital Colônia, em Barbacena (MG), foi omitido por anos.

Mas foi só na década de 1980 que a história de terror do Colônia teve um ponto final. Mais tarde veio a reforma psiquiátrica, em 2001, e foi estabelecido um novo modelo de assistência na saúde mental, baseado em uma rede de serviços e com os pacientes sendo tratados em residências terapêuticas.

No Brasil, um dos mais emblemáticos é o caso do Hospital Colônia de Barbacena (MG), que ficou conhecido como o “holocausto brasileiro”.

O hospital Colônia de Barbacena foi fechado no fim dos anos 80. Alguns pacientes que sobreviveram à época da barbárie hoje recebem acompanhamento no Centro Hospitalar Psiquiátrico da cidade. Outros foram transferidos para Belo Horizonte.

Na cidade do Holocausto brasileiro, mais de 60 mil pessoas perderam a vida no Hospital Colônia, sendo 1.853 corpos vendidos para 17 faculdades de medicina até o início dos anos 1980, um comércio que incluía ainda a negociação de peças anatômicas, como fígado e coração, além de esqueletos.

Em 1996, anos após seu fechamento, o Colônia foi reaberto, desta vez transformado no "Museu da Loucura". É importante realçar que, dentro dos 60 mil mortos, cerca de 70% dos pacientes do Colônia não possuíam diagnóstico de transtorno psicológico algum.

Hoje, o local abriga o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena e conta com 171 pacientes em regime de internação de longa permanência. Mesmo com o fim do manicômio, eles continuaram internados porque não tinham vínculo familiar nem para onde ir.

Os pacientes internados eram submetidos a todo tipo de tortura: eram violentados, passavam frio e fome. Nem roupas eram fornecidas para os pacientes, que andavam quase nus. Poucos conseguiam alguns trapos para se vestir. Em noites de frio, chegaram a ser registradas 60 mortes.

Cerca de 60.000 internos morreram de fome, frio ou diarreia durante nove décadas até o fechamento nos anos noventa. Viviam mal, nus, forçados a trabalhar como suposta terapia em pátios na intempérie ou em celas.

Em geral, além de doentes mentais, o Manicômio de Barbacena tinha como alvo indivíduos que desviavam dos padrões desejados pela sociedade elitista brasileira, como prisioneiros políticos, homossexuais, indigentes, prostitutas, pobres e minorias étnicas, sendo que praticamente 70% dos pacientes não apresentavam ...

O maior do Brasil foi o Colônia, que começou a funcionar em 1903, em Barbacena, Minas Gerais. Lá, pelo menos 60 mil pessoas perderam a vida numa trajetória de quase um século de desrespeitos aos direitos humanos.

Diante do contexto histórico abordado, o direito à vida não foi respeitado e muito menos os direitos sociais (a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados), os direitos ...

A data foi instituída em 2005 pelas Nações Unidas. No 27 de janeiro de 1945, há 75 anos, as tropas soviéticas descobriram o campo de concentração de Auschwitz.

O ano era 1903. Criação do Hospital Colônia de Barbacena, Minas Gerais, palco daquela que é considerada a maior história de extermínio do Brasil, entre 1930 e 1980. Pacientes eram encaminhados para o município, a 500 quilômetros de Franca, por meio de uma locomotiva, que ficou conhecida como “vagão dos loucos”.

A denúncia de Franco Basaglia
Hiram descobriu que “em cada um dos dezesseis pavilhões havia dois funcionários para cuidar de mais de 200 pacientes, e a maioria dos contratados não tinha formação. Passou por uma ala onde havia 400 mulheres peladas” e levantou dados sobre o alto índice de infecção hospitalar.

O Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), localizado a 165 km de Belo Horizonte, foi inaugurado em 1903. Primeiro hospital psiquiátrico público de Minas Gerais, atuava na assistência aos "alienados”, em área anteriormente ocupada por sanatório particular destinado ao tratamento de casos de tuberculose.

Em Minas Gerais, a expressão "trem de doido" indica que algo é muito bom, excelente.

O nome de Barbacena significa, 'Cabana de Bárbaros' e é originário de uma aldeia de bárbaros localizada na atual região de Elvas, cidade portuguesa do Alentejo, que até hoje mantém um pequeno distrito com o mesmo nome.