O que as feministas falam sobre os homens?

Perguntado por: dagostinho . Última atualização: 19 de fevereiro de 2023
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O movimento feminista vai criticar homens. Afinal, são pessoas identificadas como homens (na maioria das vezes) os agentes da violência machista praticada contra pessoas identificadas como mulheres (ou outras identificações de gênero não hegemônicas).

Em particular, os homens podem desempenhar um papel importante desafiando outros homens sobre seu sexismo, misoginia e violência, denunciando, apoiando vítimas ou prestando testemunho. No entanto, muitas vezes há preocupação entre as mulheres e as organizações de mulheres sobre o envolvimento dos homens.

Inicialmente, cumpre registrar que não há uma única forma de ser feminista, pois existem muitos feminismos. Ou seja, o feminismo é um pensamento/movimento plural, onde a possiblidade de divergência sempre está presente e é perfeitamente natural e salutar.

O antifeminismo pode ser motivado pela crença de que as teorias feministas do patriarcado e as desvantagens sofridas pelas mulheres na sociedade são incorretas ou exageradas; que o feminismo como um movimento encoraja a misandria e resulta em dano ou opressão aos homens; ou apenas a oposição geral em relação aos ...

No exercício de como ser um homem feminista entra a atitude de usar a sua voz para alertar outros homens sobre os prejuízos desse tipo de comportamento. Todos têm direitos iguais e devem ter a oportunidade de ganhar espaço para demonstrar seu conhecimento, ideias e expressar seu comportamento.

O termo "pró-feminista" às vezes também é usado por pessoas que têm crenças feministas ou que advogam em nome de causas feministas, mas que não se consideram feministas. Ele também é usado por aqueles que não se identificam com, ou não deseja para os outros identificá-los com o movimento feminista.

Charles Fourier

Charles Fourier, um socialista utópico e filósofo francês, é creditado por ter inventado a palavra "feminismo" em 1837. A expressão "feminismo" e "feminista" apareceu pela primeira vez na França e nos Países Baixos em 1872, no Reino Unido na década de 1890 e nos Estados Unidos em 1910.

Conjunto de movimentos e teorias, o feminismo teve três importantes fases, que marcaram a história da luta das mulheres por igualdade política, social e cultural.

O feminismo é um movimento que luta pela igualdade social e de direitos para as mulheres e busca combater o modelo social baseado no patriarcado e os abusos e a violência contra as mulheres.

A causa feminista tenta vencer a histórica desigualdade de gênero, que ainda hoje se reflete em aspectos como violência contra a mulher, diferenças salariais entre homens e mulheres, forma como meninas e meninos são educados e até nos padrões de beleza impostos às mulheres.

Além de ser um direito humano básico, a igualdade entre os sexos foi considerada um dos pilares para a construção de uma sociedade livre, o que é crucial para acelerarmos o desenvolvimento sustentável. Empoderar mulheres e meninas tem um efeito multiplicador e colabora com o crescimento econômico e o progresso.

O feminismo está enfrentando problemas de legitimação. E não sou eu que estou dizendo (pelo menos não até agora), são as próprias mulheres.No mês de abril de 2019, uma pesquisa da Datafolha revelou que apenas 39% das mulheres brasileiras apoiam a causa feminista, contra 52% dos homens.

Não é feminismo aceitar ou definir o gênero como expressão legítima ou como identidade defensável se o que se busca alcançar é a igualdade entre os sexos e a plena emancipação das mulheres.

No dia-a-dia, o feminismo é visto, em um discurso do senso comum, como um movimento em que as mulheres feministas propagam um discurso de ódio contra os homens, um discurso de recusa às posições tão legitimadas a ela (mãe, esposa, dona de casa).

Feministas tiram a roupa para protestar contra a violência sexual em Paris.

São múltiplos os movimentos de mulheres nas Igrejas influenciados pelo feminismo. Não obstante as distinções, eles estão unidos no caminho da experiência da fé, à luz de uma nova consciência das mulheres, provocando uma mudança de linguagem, revisão dos símbolos, reorientação da prática, e novas relações.

Em sua base está o questionamento sobre os papéis de homens e mulheres como estereótipos criados pela sociedade e que portanto podem mudar. Só o questionamento destes papéis, já incomoda. Quanto mais patriarcal a sociedade (e este é o caso do Brasil), mais o feminismo pode parecer ameaçador.

Na prática uma pessoa machista é aquela que acredita que o homem é superior à mulher ou que tem papel distinto só pelo fato de ser homem, subjulgando a mulher como sendo inferior. O machismo estrutural é cultural e inerente a diversos aspectos de uma sociedade, tendo sido normalizado por muitas décadas.

Enquanto o empoderamento feminino é esse esforço coletivo de poder, o feminismo é um movimento político e ideológico que prega a equidade social, trabalhista, sexual, entre outros.

Todos devemos ser feministas. Porque ainda é comum existirem critérios duplos para ambos os sexos; porque as mulheres ainda são objetificadas; porque ainda existem disparidades salariais; porque ainda é normalizada a violência de género.