O que os filósofos falam sobre a morte?

Perguntado por: elancastre . Última atualização: 5 de fevereiro de 2023
4.6 / 5 20 votos

Na visão do filósofo, a morte é algo inevitável, que não está relacionada a um determinado tempo ou lugar, assim, a função da morte seria nos ensinar a viver. Não importa se você viveu muitos ou poucos anos, o que importa é a forma e a maneira como você aproveitou esse tempo.

Assim, para Nietzsche, a morte natural é na verdade uma morte não livre e não racional, ocorrendo então em um momento, portanto, impróprio e de não deliberada escolha do indivíduo, posto isso, o ser humano é caracterizado como um ser acorrentado pelo seu destino.

A morte é um acontecimento tão importante para Schopenhauer que atrubui, até mesmo, certa defesa ao suicídio; para ele, o suicida entende que precisa morrer, pois é preciso que ele morra para que a vontade seja cumprida. A vida é um ciclo constante, onde a morte é essencial no fluir deste ciclo.

A morte é, portanto, para Aristóteles o que há de mais temível na nossa vida7. Ela torna-se, assim, um termo para a vida, e por isso mesmo, só ela põe fim à perfeita felicidade humana.

Para Sartre (2015) a morte tem a característica de individualizar o ser humano, pois é um fenô- meno da vida pessoal que o torna único, em que o indivíduo passa a ser responsável tanto pela vida como pela morte, não pelo fenômeno contingente, mas pelo caráter de finitude.

Fiel a este materialismo, Epicuro elabora suas reflexões quanto à morte. Acredita que somos um corpo formado por átomos e que, portanto, quando estes átomos chegam ao fim, morremos. Vivemos o tempo necessário de nossa existência. Para Epicuro não devemos temer a morte, porque ela nada significa a nós.

Platão (427-347 a.C.)
Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo. Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.

Para Sócrates, a alma é superior ao corpo e encontra-se nele como se encontra numa prisão. Assim, a morte liberta a alma desta prisão e lhe encaminha para uma vida melhor. Por isso, devemos cuidar mais da alma e não temer a morte.

O que não me mata, me torna

Nota: Adaptado da frase "O que não me mata, me torna mais forte" de Friedrich Nietzsche. Para a maioria, quão pequena é a porção de prazer que basta para fazer a vida agradável!

Considerado os livros de Nietzsche leitura para adolescente. Estimaria um QI de 125 ou 135 no máximo, nada além.

Só sei que nada sei

"Só sei que nada sei."
A frase dita por Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) é, provavelmente, a frase mais famosa da história da filosofia. Nela, Sócrates chama a atenção para a sabedoria contida na ignorância. Para ele, não saber é muito melhor que saber mal.

Schopenhauer defendeu a ideia de que o homem não é um ser unificado e racional, que age conforme os interesses, mas um ser fragmentado e passional, que age influenciado por forças que fogem de seu controle.

Segundo o filósofo, essa Vontade é aquilo que explica a conduta humana, algo que não possui uma finalidade, é cego, e não apresenta sentido. Ou seja, a realidade é guiada pela Vontade, e não pela razão. Esse é um dos pontos que tornam Schopenhauer um autor “pessimista”.

A morte é o termo da vida devido à impossibilidade orgânica de manter o processo homeostático. Trata-se do final de um organismo vivo que havia sido criado a partir do seu nascimento. O conceito de morte, no entanto, foi sofrendo alterações ao longo do tempo.

O filósofo não acredita que a alma possa se confundir no nada após a morte, porque isso seria rejeitar completamente todas as obrigações e deveres morais de que o ser humano se reveste e, portanto, um incentivo ao exercício do mal, pois o indivíduo sairia impune de suas práticas imorais.

A morte, assim como a vida e outras ideias fundamentais que permeiam as sociedades humanas são problemas metafísicos na medida em que se relacionam não apenas com a matéria, ou seja, a natureza, as coisas que vemos e tocamos, mas extrapolam os limites dessa redução, nos fazendo ir além.