O que é a teoria crítica de Horkheimer?

Perguntado por: aprates . Última atualização: 21 de maio de 2023
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Segundo Horkheimer, a teoria tradicional fomenta a hegemonia das classes dominantes ao passo que a teoria crítica corrobora a busca pela emancipação dos sujeitos. Nesse sentido, a teoria crítica entende que a emancipação dos indivíduos acontece nas representações próprias de uma classe.

Horkheimer argumentou que a razão na era moderna se tornou uma ferramenta usada pelos poderosos para manter seu poder e controle, em vez de um meio de buscar a verdade e o entendimento. Ele acreditava que essa razão instrumental desempenhava um papel central em muitos dos problemas sociais e políticos de seu tempo.

O pensamento de Max Horkheimer caracterizou-se pelo seu marxismo não-ortodoxo e pela orientação crítico-sociológica com base filosófica. Para ele, as categorias marxistas não podem ser compreendidas como conceitos definitivos.

Teorias críticas: argumenta que não existe uma teoria neutra, já que toda teoria está baseada nas relações de poder. Isso está implícito nas disciplinas e conteúdos que reproduzem a desigualdade social que fazem com que muitos alunos saem da escola antes mesmo de aprender as habilidades das classes dominantes.

A Teoria Crítica tem a função de mostrar que os homens não são meros resultados do processo histórico, mas são também agentes desse processo.

Partindo de tal consideração, Melo (2011) destaca dois princípios fundamentais da Teoria Crítica: a orientação para a emancipação e o comportamento crítico. O primeiro significa não se separar do objeto sobre o qual estuda, tampouco manter uma postura desinteressada e neutra.

A chamada Teoria Crítica surge em 1924, no âmbito da sociologia alemã, com a formação da Escola de Frankfurt e do Instituto de Pesquisas Sociais, sediados na Universidade de Frankfurt am Main, Alemanha.

Os pensadores da Escola de Frankfurt analisaram e denunciaram algumas estruturas de dominação política, econômica, cultural e psicológica da sociedade moderna. Demonstraram de forma explícita a capacidade destrutiva do capitalismo, principal responsável pela estagnação da consciência política, crítica e revolucionária.

Por razão objetiva pode-se entender "uma força não apenas na mente individual, mas também no mundo objetivo - nas relações entre seres humanos e entre classes sociais, em instituições sociais e na natureza e em suas manifestações." Substituir por (HORKHEIMER, 2015, p. 12).

Para Adorno e Horkheimer, Indústria Cultural distingue-se de cultura de massa. Esta é oriunda do povo, das suas regionalizações, costumes e sem a pretensão de ser comercializada, enquanto que aquela possui padrões que sempre se repetem com a finalidade de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo.

A Dialética do Esclarecimento mostra que a barbárie, com uma roupagem científica e racional, domina as esferas da vida e não é nem mesmo percebida. Chega a ser incentivada e apoiada pelas massas, incapazes de perceberem que o avanço científico trouxe consigo a permanente exploração de seus corpos e de suas almas.

Max Horkheimer: foi um dos diretores do Instituto de Pesquisa Social. O filósofo e sociólogo foi responsável, junto a Adorno, por elaborar o conceito de Indústria Cultural, no livro Dialética do esclarecimento. Também foi perseguido pelo nazismo e refugiou-se nos Estados Unidos.

A razão critica visa oferecer um comportamento crítico nos confrontos com a ciência e o conceito de cultura, propondo uma política de reorganização da sociedade, produzindo a realidade através dos sujeitos enquanto agentes históricos, que operem com outra racionalidade.

Em um texto clássico escrito em 1947, "Dialética do Iluminismo", Adorno e Horkheimer definiram indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, música popular, programas de TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social.

A leitura crítica proposta por esta Escola, celebremente sintetizada por Max Horkheimer, preconizava a necessidade de uma ciência que, ao invés de se limitar a descrever a sociedade, estabelecesse um compromisso com um projeto de transformação social a bem da emancipação humana.