O que gera a inflação?

Perguntado por: itaveira . Última atualização: 7 de maio de 2023
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Um aumento nos índices de inflação pode ser influenciado por diferentes causas, que podem ser agrupadas em quatro grandes grupos: 1) aumento na demanda; 2) aumento, ou pressões, nos custos de produção; 3) inércia inflacionária e expectativas de inflação; e 4) aumento de emissão de moeda.

A melhor forma de se combater a inflação é através da austeridade fiscal, na qual o governo procura enxugar os gastos públicos, evitando obras faraônicas, desvios de dinheiro público e inchaço da máquina do Estado.

Alta no setor de alimentação
Além disso, houve a demanda por alguns itens relativos à alimentos que vêm do exterior, como por exemplo os agrotóxicos usados nas plantações, que tem seu preço em dólar. "São fatores conjuntos que já vinham aguçando a inflação desde 2021", diz Gallo.

Em 1980, a inflação no Brasil chegou ao patamar histórico e, até então recorde, de 100%. A economia viveu períodos de recessão e desaceleração contínuos, o desemprego era alto, os salários se desvalorizavam rapidamente e o aperto monetário interferia em todos os aspectos do cotidiano social brasileiros.

Inflação de custos
mão-de-obra — encargos trabalhistas, salários, etc; tributos; fontes de energia; taxas de juros.

O governo, em parceria com o Banco Central, é capaz de contornar o aumento inflacionário no país. Para combater a inflação de demanda, por exemplo, o governo deve baixar a emissão monetária, diminuindo o incentivo ao consumo. Essa ação pode ser feita através da elevação da taxa básica de juros, a famosa taxa Selic.

O valor do IPCA hoje está em +0,12%, de acordo com dados divulgados em 11 de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao mês de julho de 2023, após a primeira queda de 2023 em junho.

Desde então, nunca houve período de oito anos com inflação tão baixa quanto a registrada nos anos FHC. Em 1993, a inflação medida pela Fipe na cidade de São Paulo havia ficado em 2.491%.

No Brasil, o último boletim Focus, do Banco Central, um resumo das projeções do mercado para a economia, aponta que o IPCA, a inflação oficial, deve encerrar 2022 a 5,64%. Para este ano de 2023, deve haver uma ligeira queda, e a previsão é de 5,23%.

A lógica por trás dessa relação é que quando as taxas de juros estão altas, os empréstimos e o crédito se tornam mais caros, o que desestimula o consumo e o investimento. Com menos dinheiro circulando na economia, a inflação tende a desacelerar.

A inflação também tem efeitos na economia de modo geral. Afinal, o aumento dos preços pode reduzir o consumo. Diante desse cenário, as empresas podem lucrar menos e enfrentar crises — o que, muitas vezes, acarreta o aumento do desemprego e da falência de negócios.

Há um fator que pode aumentar o índice de inflação, mas a longo prazo: a taxa de juros. Os juros encarecem o crédito, as empresas precisam de mais dinheiro para quitar as dívidas e isso pode ocasionar um aumento no preço do produto final. Por último, há o aumento da emissão de papel-moeda por parte do governo.

Uma das medidas mais comuns utilizadas no combate ao aumento da inflação é o aumento das taxas de juros pelo Banco Central. Esse aumento tem como objetivo reduzir o crédito disponível, diminuindo o poder de compra dos consumidores e, consequentemente, controlando os preços e o custo de vida.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, também cita a reoneração dos combustíveis como um dos principais motivos para o aumento das estimativas de inflação para 2023.