O que há de comum entre realismo e Naturalismo?

Perguntado por: lourique9 . Última atualização: 30 de abril de 2023
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Suas principais características são o determinismo e a zoomorfização, elementos que o diferenciam do Realismo. Porém, ambos os estilos apresentam linguagem objetiva, crítica social e falta de idealizações. No Brasil, os principais autores naturalistas são Aluísio Azevedo, Adolfo Caminha e Raul Pompeia.

(USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que: se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação. pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.

O naturalismo é considerado uma evolução do realismo e apresentava as seguintes características: A ciência era usada como instrumento de análise e compreensão da sociedade. As personagens eram vítimas do determinismo: condicionadas por sua raça, meio e momento histórico em que viviam.

O naturalismo é, "em oposição ao sobrenatural ou espiritual, a ideia ou crença de que apenas as leis e as forças naturais operam no mundo; em extensão, a ideia ou crença de que não existe nada além do mundo natural".

Características do realismo
Valorização da objetividade e dos fatos. Impessoalidade, apagamento das ideias do autor. Descrições de tipos sociais ou situações típicas. Fim das idealizações: retratos de adultério, miséria e fracasso social.

O Realismo tem como objetivo representar a realidade vivida pela sociedade, fazendo críticas a temas sociais. A linguagem usada é direta e objetiva, ao contrário do subjetivismo encontrado no Romantismo.

Os autores brasileiros realistas e também naturalistas são:

  • Aluísio Azevedo (1857-1913);
  • Raul Pompeia (1863-1895);
  • Adolfo Caminha (1867-1897);
  • Júlio Ribeiro (1845-1890);
  • Júlia Lopes de Almeida (1862-1934).

Contexto histórico do realismo no Brasil
Quando o Realismo surge no Brasil em 1881, o País passava pelo processo do abolicionismo, um movimento que tinha surgido na Europa e promoveu o fim da escravidão brasileira em 1888. Na mesma altura, em 1889, ocorre a Proclamação da República.

O Realismo e o Naturalismo apresentam semelhanças e diferenças entre si. O primeiro retrata o homem interagindo com o meio social, e o segundo, o homem como produto desse meio.

Assim, no naturalismo, as personagens são retratados como frutos do meio, sem deixar de lado os fatores sociais e biológicos, os quais influenciam diretamente o comportamento humano. Já no realismo, o aprofundamento psicológico das personagens é uma característica marcante do movimento.

Os dois movimentos literários nos ajudam a compreender um momento histórico do Brasil, no qual o país ainda era monárquico e escravocrata, mas passava por várias mudanças culturais, sociais e econômicas.

Fortemente ligado ao pensamento científico da época e influenciado por Darwin, o Naturalismo procurava estudar o indivíduo enquanto produto da sua hereditariedade (herança genética) e também do meio onde cresceu. O movimento se manifestou através de várias expressões artísticas como a literatura, a pintura e o teatro.

Baseados nos estudos científicos, os autores naturalistas escreveram obras que retratam o comportamento humano e seus instintos como: fúria, traição e ganancia, além da pobreza social, doenças, entre outras mazelas. Os livros mais conhecidos do período são: O Cortiço, Casa de Pensão e O Mulato, de Aluísio de Azevedo.

O naturalismo é um sistema filosófico que destaca a natureza como sendo o primeiro princípio da realidade. A corrente naturalista sustenta que a natureza é formada pela totalidade das realidades físicas existentes e, por conseguinte, é o princípio único e absoluto do real.

O naturalismo foi uma corrente literária que prezava pela representação objetiva da realidade, utilizando uma abordagem biológica, científica e patológica das personagens.

Quando Aluísio Azevedo publicou o romance O mulato, em 1881, teve início o Naturalismo no Brasil. No entanto, é seu romance O cortiço, de 1890, a principal obra naturalista brasileira.

Os escritores brasileiros que utilizaram a linguagem do naturalismo estavam preocupados em relatar os problemas da realidade social, política e econômica. Por isso, muitos abordavam assuntos relacionados à abolição da escravatura no Brasil.

O Realismo, por si só, teve início na Europa em resposta a perfeição encontrada nas obras do Romantismo. Ao contrário desse movimento, o Realismo queria mostrar o ser como ele realmente era, valorizando a sua inteligência, razão, objetivos e possíveis defeitos.