O que significa a razão instrumental para os frankfurtianos?

Perguntado por: epereira . Última atualização: 17 de maio de 2023
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A razão instrumental no pensamento dos frankfurtianos, é o oposto daquilo que se pode chamar de razão crítica. Se a razão deixa de refletir sobre os fins e os valores da humanidade, ela se torna um simples instrumento, que tem função de alcançar determinado objetivo.

A ação racional instrumental é definida pelo autor como aquela pautada no cálculo utilitário, no êxito econômico e no poder, e constituída pelos seguintes elementos: cálculo, fins, maximização dos recursos, êxito, resultados, desempenho, utilidade, rentabilidade, e estratégia interpessoal.

É um termo filosófico que se refere à razão que é usada para dominar e controlar a natureza e os seres humanos. Ela se opõe à razão crítica. Exemplo de uso da palavra Razão instrumental: A razão instrumental é mais prática.

O primeiro consiste em ser livre para expressar opiniões enquanto membro da sociedade, o segundo, todavia refere-se à utilização da razão de acordo com a função do indivíduo na sociedade. Ambas são devidamente exemplificadas através dos exemplos citados pelo próprio Kant de um sacerdote e de um oficial militar.

Adorno e Horkheimer defendiam, contudo, que o aspecto emancipatório da razão foi deixado em segundo plano em favor da razão instrumental, que buscava o domínio técnico-científico da natureza, incluindo a natureza interior do homem e do mundo social. A indústria cultural seria produto dessa razão instrumental.

Quando Horkheimer a firma que a razão é um instrumento, ele está se referindo ao fato de que essa razão instrumental funciona como uma ferramenta auxiliar para a vida do indivíduo.

Resposta verificada por especialistas. A razão instrumental só pode ser barrada com o uso da razão crítica, pois ela nos faz pensar e raciocinar sobre o mundo.

A crítica da "razão instrumental" é justamente a crítica dirigida contra os obstáculos e os impedimentos à concretização do projeto emancipador do homem, preconizados séculos atrás pelos ideólogos e filósofos iluministas.

Assim, a racionalidade instrumental se interessa pelo cálculo utilitário de conseqüências. Por outro lado, a substantiva é determinada independentemente de suas expectativas de sucesso e, não caracteriza nenhuma ação humana interessada na consecução de um resultado ulterior a ela.

Os pensadores da Escola de Frankfurt analisaram e denunciaram algumas estruturas de dominação política, econômica, cultural e psicológica da sociedade moderna. Demonstraram de forma explícita a capacidade destrutiva do capitalismo, principal responsável pela estagnação da consciência política, crítica e revolucionária.

A teoria crítica da Escola de Frankfurt trouxe a ideia de esclarecimento com o objetivo de estimular uma percepção mais apurada em relação à instituição de ações padronizadas tendentes a manter o sistema dominante.

Os frankfurtianos colocaram em xeque a ideia de que o avanço moral da sociedade caminharia lado a lado com o avanço científico que deveria ser compartilhado pela escolarização. Essa perspectiva era defendida por iluministas, como Voltaire, Montesquieu, Diderot e D'Allambert.

Em um texto clássico escrito em 1947, "Dialética do Iluminismo", Adorno e Horkheimer definiram indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, música popular, programas de TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social.

Adorno e Horkheimer denunciam o desvio do projeto e o descaminho da razão iluminista. E por isso a própria razão deve passar por um processo de esclarecimento, sob pena de ameaçar o projeto originário de emancipação do sujeito.

Para Adorno e Horkheimer, Indústria Cultural distingue-se de cultura de massa. Esta é oriunda do povo, das suas regionalizações, costumes e sem a pretensão de ser comercializada, enquanto que aquela possui padrões que sempre se repetem com a finalidade de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo.

Segundo Adorno e Horkheimer, a produção de livros, filmes, músicas e outros artigos culturais de maneira padronizada também contribui para perpetuar a ideia de que a felicidade pode ser conquistada através do consumo de bens e serviços.

Horkheimer analisa a razão enquanto dividida em duas faces - a objetiva e a subjetiva - e como a dimensão subjetiva eclipsou a objetiva.

Para Horkheimer, a razão subjetiva, ao abdicar de seu escopo original de determinar os fins últimos da existência humana, abandona o destino humano aos interesses em conflito na realidade, perdendo assim sua dimensão emancipatória e não oferecendo quaisquer garantias contra a barbárie.

Principais Ideias
Suas críticas recaem sobre o método cartesiano, o qual instaurou a ciência enquanto sistema dedutivo e matematicamente perfeito. Com efeito, a teoria tradicional se torna abstrata, na medida se afasta da origem dos problemas sociais.

A Teoria Crítica foi o elo conceitual que uniu os intelectuais da Escola de Frankfurt, criando uma nova interpretação do marxismo, da sociologia e da política no início do século XX.

Adorno acredita que a cultura da sociedade capitalista impõe um mecanismo de construção da heteronomia (ou seja, a sujeição do individuo à vontade de terceiros), fazendo o homem ser igual ao coletivo e perder, assim, sua individualidade.