Onde o funk é mais popular no Brasil?

Perguntado por: rribeiro . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
4 / 5 13 votos

Spotify aponta que funk é o gênero musical mais popular na capital paulista; trap se destaca - POPline. LISTAS E MAIS LISTAS!

Funk no Brasil
O funk chega ao Brasil nos anos 70 e conquista músicos como Tim Maia (1943 -1998) e Tony Tornado (1970). Estes serão os responsáveis por misturar o ritmo funk americano à batida da música brasileira.

Segundo o Spotify, São Paulo liderou o ranking global de cidades que consomem mais novidades do mundo da música, com 700 milhões de streamings de novo conteúdo, de acordo com o estudo global Fan Study, da plataforma, com base em dados de janeiro de 2021.

Estados Unidos, Portugal e Argentina são os países que mais ouvem o gênero musical. Entre os cantores que têm músicas ouvidas lá fora, Anitta é a mais bem-sucedida.

Apesar do nome, o funk carioca surgiu e é tocado em todo o estado do Rio de Janeiro e não somente na cidade do Rio de Janeiro, como o gentílico "carioca" leva a crer. O funk carioca, basicamente ligado ao público jovem, tornou-se um dos maiores fenômenos de massa do Brasil.

O funk como movimento social
Nesse mesmo período, a produtora Furacão 2000 atuou de forma crucial na popularização do gênero. Lançaram-se grandes nomes, que ao longo dos anos adquiriram status de referência no movimento. O Gaiola das Popozudas e Os Hawaianos, por exemplo, embalaram diversos hits.

Ao sair do Brasil e da América Latina, o funk tem como primeiro destino a Europa. Mesmo assim, porém, o país que ouve funk no Spotify fora do Brasil são os Estados Unidos, seguidos por Portugal e Argentina.

A principal diferença entre o funk carioca e o funk paulista está nos temas das músicas. Enquanto o funk carioca surgiu, inicialmente, com a proposta de falar da realidade da periferia e questões sociais, o funk paulista surgiu, entre os anos de 2008 e 2011, com o que conhecemos hoje como funk ostentação.

O marco do surgimento do gênero no Brasil é setembro de 1989, quando foi lançado o LP Funk Brasil, do DJ Marlboro, pela Poligram.

Nessa época, surgiram também algumas derivações do funk como o electro que fazia grande uso de samplers, e sintetizadores. Tais ritmos se tornaram combustível para os movimentos break e hip hop. Rick James foi o primeiro músico de funk da década de 1980 a assumir o manto de funk dominado pelo P-Funk na década de 1970.

MC Livinho
No seu patrimônio, o MC paulistano conta com um jatinho de R$ 6 milhões e uma cobertura avaliada em R$ 4 milhões. Entre 2017 e 2019, Kevinho ganhou mais de R$ 27 milhões no YouTube, viralizando músicas como “Tumbalatum” e “O grave bater”.

O Gordinho Bololô vive um momento magnífico em sua carreira, o Jovem MC da zona norte de São Paulo, acaba de conquistar um dos maiores feitos, dominando as playlists do spotify e se tornando o artista mais ouvido da plataforma.

Com cachês que podem chegar a R$ 400 mil por show, nomes como Xamã, Orochi, Matuê, Djonga, MC Poze, Filipe Ret, L7nnon e Hungria são legítimos representantes desse movimento.

Uma "fábrica de funk" na Zona Norte de São Paulo foi inaugurada com uma maratona em que foram registradas mais de 400 músicas em uma semana. A sede reformada e ampliada da GR6, maior produtora do gênero no país, tem 12 estúdios, que funcionaram durante 24 horas por dia entre os dias 8 e 12 de agosto.

Os estilos musicais preferidos são o Pop, o Sertanejo e a MPB, todos com quase 50% de aprovação entre os consumidores nacionais. O Funk tem seus fãs, mas no geral é o que menos agrada, com apenas 20%.

Segundo Bruno Ramos, o funk já provou que salva vidas. "Ele tira crianças das mãos do crime, dá um caminho profissional para muitos jovens, permite espaços de liberdade e o reconhecimento para as mulheres e para a comunidade LGBTQIA+, que são esses corpos estigmatizados pela grande mídia”, enfatizou.

Samba

Samba. O samba é talvez o gênero musical que melhor representa a cultura brasileira em um primeiro momento. Surgido em um contexto de resistência do povo afrodescendente, esse estilo já foi perseguido no passado, se fortalecendo novamente e se constituindo hoje como um dos mais escutados no país.

Assim como outras manifestações da cultura negra e periférica do passado — caso do samba e da capoeira —, o funk sofre perseguições. “Atribuo isso ao preconceito de classe e ao racismo, por ser originário de um território marginalizado, como favelas, e ser cantado majoritariamente pela juventude preta”, reflete Gomes.