Por que a mão de obra indígena foi substituída pela escrava?

Perguntado por: lmartins . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
4.6 / 5 19 votos

O que parece ter sido decisivo na substituição da mão de obra indígena pela africana foi a combinação de três fatores: um crescente decréscimo da população indígena (nos anos 1540, mais pela guerra; nos anos 1560, mais por pestes e epidemias), a multiplicação dos engenhos necessitados de cativos e as boas relações dos ...

A substituição da mão-de-obra escrava indígena pela africana ocorreu, progressivamente, a partir de 1570. As principais formas de resistência indígena à escravidão foram as guerras, as fugas e a recusa ao trabalho, além da morte de uma parcela significativa deles.

Os nativos não possuíam a representatividade econômica dos africanos, isto é, ao contrário destes, os índios era cativos e não comercializados, o tráfico negreiro era uma alternativa mais rentável a coroa.

A cultura indígena era baseada essencialmente na vingança e, dessa forma, a captura do inimigo não tinha fins lucrativos. Ao contrário dos povos africanos, que construíam reinos estruturados com base no comércio negreiro com os estrangeiros.

O que aconteceu era que escravizar africanos era muito mais lucrativo que escravizar indígenas, e por esta razão, os europeus preferiram investir no tráfico negreiro. Outro impedimento para a escravização do indígena foi a oposição dos religiosos, sobretudo os jesuítas, que protegiam aldeias inteiras em suas reduções.

A escravidão de indígenas foi totalmente substituída pela de africanos no século XVIII. Essa instituição seguiu em nosso país, mesmo depois de conquistada a Independência, e só teve fim em 1888, quando foi aprovada a Lei Áurea.

Princesa Isabel

Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea que aboliu oficialmente o trabalho escravo no Brasil.

A dispersão do índio pelo vasto território, a defesa dos jesuítas em favor dos mesmos, as guerras indígenas frente a escravização e defesa de seu território, Essas razões dificultavam a empresa agromanufatureira do açúcar, já que tinham que produzir em larga escala para atender o mercado.

A razão para a prática do tráfico negreiro foram a já mencionada necessidade contínua da colônia por trabalhadores escravos e os altos lucros que essa atividade rendia para os envolvidos. Nas moendas, era comum que os escravos perdessem suas mãos ou braços, e nas fornalhas e caldeiras, eram comuns as queimaduras.

Os indígenas também sofreram com a escravidão. O fim da escravidão indígena ocorreu em dois momentos. Em 1755, com uma lei válida apenas para o Estado Grão-Pará e Maranhão e em 1758, quando a lei foi estendida para todo o país.

A resistência indígena se dava pelas fugas dos aldeamentos missionários e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, pela colaboração com o europeu, bem como pelo suicídio quando presos.

Resposta verificada por especialistas
Podemos afirmar que a substituição da mão de obra escrava pela mão de obra livre foi acompanhada de uma visão preconceituosa porque buscava-se puramente uma mão de obra barata, então os senhores do café basicamente tratavam e ofereciam condições precárias aos imigrantes.

A mão de obra escrava se mostrou fator determinante na exploração da cana-de-açúcar, o que possibilitou a defesa do território por parte dos portugueses. Outra fonte de lucro era o próprio tráfico negreiro, que possibilitou enormes ganhos à Coroa portuguesa.

Na Amazônia, o número de escravos negros não chegou a ser tão numerosos quanto em outras regiões do Brasil. Isto devia-se ao fato de que a atividade básica da região – o extrativismo florestal – exigir o conhecimento da floresta amazônica, que os negros desconheciam.

O período de 1540 até 1570 marcou o apogeu da escravidão indígena nos engenhos brasileiros, especialmente naqueles localizados em Pernambuco e na Bahia. Nessas capitanias os colonos conseguiam escravos índios roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em suas guerras e, também, atacando as próprias tribos aliadas.