Por que não se pode começar frase com pronome oblíquo?

Perguntado por: dbaptista2 . Última atualização: 20 de maio de 2023
4.8 / 5 13 votos

A colocação do pronome oblíquo é regida pelo princípio da eufonia, ou seja, do bom som. Tudo o que resulta em mau som tem que ser evitado. Como iniciar frase com pronome oblíquo, em regra, leva a som desagradável, os gramáticos criaram a norma segundo a qual não se deve fazê-lo.

Os pronomes oblíquos átonos são aqueles que desempenham função sintática de complemento. São eles: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. Quando os verbos apresentarem as terminações -r, -s ou -z, os pronomes o, os, a, as assumirão as formas -lo, -la, -los, -las: Poderíamos comprá-los.

A colocação pronominal é a posição ocupada pelos pronomes pessoais oblíquos átonos em relação ao verbo. Os pronomes pessoais oblíquos átonos podem ser posicionados antes, depois e no meio do verbo.

Contudo, o correto, de acordo com a gramática normativa, é o uso da ênclise, ou seja, do pronome após o verbo: “Amo-te”.

No que diz respeito às regras de uso, "o que" é utilizada no início de frases e "o quê", no final.

As outras assim chamadas conjunções adversativas [portanto, entretanto, contudo, todavia, não obstante] são na verdade “advérbios que estabelecem relações interoracionais ou intertextuais” (Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, 2001:322), podendo por isso dar início a um novo parágrafo, ao contrário de mas e porém.

Quando o pronome oblíquo estiver antes do verbo (próclise, as formas utilizadas são as padrões: o, a, os, as. Quando o pronome oblíquo estiver depois do verbo (ênclise), as formas do pronome variam de acordo com o verbo que acompanham.

É correto dizer "me chamo" desde que não esteja no início da frase ou imediatamente após sinal de pontuação. Nessas circunstâncias, a norma-padrão recomenda o uso da ênclise, ou seja, emprego do pronome oblíquo após o verbo, assim: "chamo-me".

Uma perguntinha para você: É correto iniciar uma oração com um pronome oblíquo átono? A resposta é simples: não, pelo menos não nos textos escritos que pretendem adequar-se à norma culta da língua. Na oralidade e nos gêneros literários, o pronome oblíquo átono no início da oração está liberado.

Exemplos de uso dos pronomes oblíquos átonos

  1. Eu comprei-o numa loja no centro da cidade. ( objeto direto)
  2. Meu pai não a viu em lugar nenhum. ( objeto direto)
  3. O diretor ligou-lhe, mas ele não atendeu o telefone. ( objeto indireto)
  4. A professora não lhes deu mais nenhuma oportunidade. ( objeto indireto)

De acordo com a Gramática Tradicional, quando o verbo não exigir preposição, usa-se o pronome oblíquo “o” ou “a”. Caso exija (enquadrando-se como verbo transitivo indireto), usa-se o pronome oblíquo pessoal “lhe”. Vamos ao encontro de alguns exemplos? “O bom gerente respeita todos os vendedores.”

Em Português, as questões atreladas à colocação pronominal se dão quando utilizamos os pronomes pessoais oblíquos átonos junto aos verbos — ou seja, pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição e que são, portanto, clíticos, utilizados juntamente aos verbos.

Vírgula e colocação pronominal
Segundo as regras de colocação pronominal, não se deve utilizar os pronomes oblíquos átonos logo após sinais de pontuação que indicam pausa (ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, ponto e vírgula e vírgula).

A colocação dos pronomes pessoais oblíquos átonos na oração pode ser feita de três formas distintas, existindo regras definidas para cada uma dessas formas.

  • Em próclise: pronome colocado antes do verbo;
  • Em ênclise: pronome colocado depois do verbo;
  • Em mesóclise: pronome colocado no meio do verbo.

Os pronomes de terceira pessoa que representam um complemento sem preposição são o, a, os, as. Então, a frase apresentada está adequada ao padrão culto da língua: Amo-a. Seria inadequado dizer “Amo-lhe” ou “Amo ela”. A única maneira adequada à terceira pessoa do singular – ela ou você – é Amo-a.