Por que os sofistas foram depreciados pelos filósofos?

Perguntado por: oespinosa . Última atualização: 17 de maio de 2023
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De todo modo, foram depreciados pelos filósofos por defenderem uma postura intelectual que negava completamente todos os pressupostos básicos da Filosofia, de modo que filósofos e sofistas eram, por suas próprias naturezas, "inimigos".

A crítica que Platão faz aos sofistas é fundamentalmente pelo fato de que só ensinam os meios para alcançar um fim sem visar os aspectos morais.

Uma das principais criticas aos sofistas era a de que sua posição baseava-se apenas em verossimilhança, quando um argumento parece verdadeiro, mesmo que não o seja. O objetivo dos sofistas seria, pela visão de filósofos como Aristóteles, apenas o de vencer o debate, sem preocupar-se com a busca pela verdade.

A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento.

A despeito de terem sido combatidos por Sócrates, os sofistas foram criticados também pelos filósofos gregos: Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) e Platão (428 a.C.-347 a.C.).

Platão e Aristóteles criticavam os sofistas porque acreditavam que o que eles faziam eram manipular raciocínios, iludir os ouvintes e produzir o falso sem qualquer amor pela verdade.

Os sofistas atualmente são aqueles que disputam seus próprios interesses, numa oratória que privilegia somente uma parte da população. Sejam políticos, empresários, professores, líderes de organizações, facções ou mesmo religioso, qualquer um que defenda sua verdade.

Ética Sofista
Os sofistas pregam o relativismo radical sobre conceitos como “valor” e “verdade” que são fundamentais para a Sócrates, sendo o homem a medida de todas às coisas, para os sofistas, como afirmou o próprio sofista Protágoras, sendo o protagorismo a carta magna para o posterior relativismo no ocidente.

Nele, o sofista é apresentado como o falso filósofo, que professa o falso saber, e que, por isso, se encontra no âmbito do não-ser, em contraposição ao filósofo, que se encontra no âmbito do ser. Este argumento, muito sofisticado em termos metafísicos, foi, digamos assim, a palavra final de Platão sobre o assunto.

Sócrates se considera ignorante porque não tem certezas, afirmando também que o conhecimento absoluto ou com certeza, só existia nos deuses. Assim, muitas vezes esta frase significa que não é possível saber algo com a certeza absoluta e não significa que Sócrates não sabia absolutamente nada.

Alguns filósofos dizem que “sofisma” é um argumento com dolo, isto é, construído com a intenção consciente de enganar o interlocutor, enquanto que “falácia” seria um argumento sem dolo, isto é, construído sem a intenção de enganar, mas enganoso do mesmo jeito.

Os argumentos levantados permitiram concluir que os sofistas nos proporcionaram um grande legado à educação, de maneira a considerar o vasto universo político, cultural e as necessidades enfrentadas socialmente para a construção de uma pedagogia cada vez mais plural e significativa.

Assim, a frase "só sei que nada sei" representa uma sabedoria semelhante à alcançada após o primeiro movimento do método socrático (a ironia). Para o filósofo, saber que não se sabe é preferível a saber mal. Ainda que seja pouca coisa: não acredito saber aquilo que não sei.

O modelo de ensino sofista foi alvo de várias críticas de Sócrates e seus discípulos. Sócrates não considerava os sofistas filósofos, pois, segundo ele, os sofistas não tinham amor real pelo conhecimento, estavam apenas centrados nos valores que recebiam.

Sócrates foi inimigo direto da propositura filosófica dos sofistas. Considerou os sofistas como não filósofos, sendo estes apenas professores de retórica e que em nada contribuíam com o futuro de Atenas.

Resposta verificada por especialistas
De todo modo, foram depreciados pelos filósofos por defenderem uma postura intelectual que negava completamente todos os pressupostos básicos da Filosofia, de modo que filósofos e sofistas eram, por suas próprias naturezas, "inimigos".

Os sofistas ensinavam principalmente os jovens a debater em público e a defenderam suas opiniões e seus pontos de vista. A finalidade desse método era o desenvolvimento do poder de argumentação para derrubar as teses contrárias e convencer as pessoas.

A conhecida frase "o homem é a medida de todas as coisas", de Protágoras, representa o caráter subjetivo e relativista de sua filosofia, compreendendo que a verdade era relativa para cada pessoa. Os sofistas foram verdadeiros defensores da democracia e da liberdade, por compreenderem a relatividade da verdade.