Porque o Nordeste é a região mais pobre do país?

Perguntado por: usantana6 . Última atualização: 21 de fevereiro de 2023
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A região Nordeste do Brasil mantém, em termos médios, problemas sociais históricos: defasagem e pouca diversificação da agricultura e indústria, grandes latifundiários, concentração de renda, agravados no sertão nordestino pelo fenômeno natural de secas constantes (ver: Polígono das secas).

Um dos principais problemas do Nordeste é a desigualdade socioeconômica, motivada pela distribuição de renda desigual. Outros agravantes são as altas taxas de mortalidade infantil e o reduzido serviço de saneamento ambiental.

Segundo o IBGE, o Maranhão é o Estado do Brasil com a maior proporção de pessoas em estado de extrema pobreza. Sendo que, 8,4% dos extremamente pobres do país moravam aqui no Maranhão, em 2021. Leia também: Maranhão possui o maior percentual de pessoas em situação de pobreza, diz IBGE.

Dentre suas principais causas estão a desigualdade socioeconômica e a má distribuição de renda que caracteriza a população do país, sendo essas também as maiores causas da fome em um contexto mundial.

região Nordeste

Mais da metade dos miseráveis do País moravam na região Nordeste, 53,2%.

As desigualdades regionais também chamam a atenção. A Região Nordeste concentrava quase metade das pessoas em situação de miséria, cerca de 6 milhões, e pouco mais de 45% dos brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza, cerca de 23,2 milhões.

do Ceará

O relatório faz referência ao ano de 2020. Fortaleza tem o maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, e oitavo entre as capitais do Brasil, segundo os institutos Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

A região Nordeste do Brasil tem, em sua composição territorial, nove estados brasileiros e área de 1.558.000 km², correspondente a 18% do território do Brasil. Sua população já é de quase 60 milhões de habitantes. A Bahia é o maior estado da região, e Sergipe, o menor.

É possível estudar e trabalhar muito, mantendo um custo de vida sustentável e encontrando mais calmaria do que em outros estados do país. Embora seja retratado algumas vezes como um local de seca e de pobreza, o Nordeste já se distanciou muito desses estereótipos nas últimas décadas.

A região já foi a mais importante área produtora de cana de açúcar do mundo e a principal região econômica do Brasil nos séculos XVI e parte do século XVII. A cultura do milho, feijão, café, mandioca, coco, castanha de caju, banana, sisal e algave, predomina em diversos estados.

Um dos grandes obstáculos ao desenvolvimento da região Nordeste seria a constante associação entre seca e pobreza. A pobreza, segundo o pesquisador, vem de atividades não apropriadas ao clima local e que vêm sendo praticadas ao longo dos anos na região.

Alagoas é o Estado

Alagoas é o Estado que lidera o ranking, com 36,7% das casas com privação no consumo de alimentos, mostram os dados divulgados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

Norte e Nordeste têm maior proporção de pessoas com fome; São Paulo concentra 6,8 milhões de pessoas na mesma situação. O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (Vigisan) mostra o quadro da fome nos estados brasileiros.

O alto número populacional em território nordestino influencia significativamente no cálculo de contribuição para a pobreza, conforme explica Érico Veras, professor do Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC) da UFC.

A menor taxa de pobreza no país em 2021 - assim como já tinha ocorrido entre 2012 e 2020 - é de Santa Catarina, com 10,16% da população vivendo com menos de R$ 497 por mês, seguido do Rio Grande do Sul (13,53%) e Distrito Federal (15,70%).

Ainda segundo o IBGE, o município de Cajari, localizado a 220 km de São Luís, está em primeiro lugar na pesquisa. Em seguida com o menor PIB, estão os municípios Peri-mirim, Nina Rodrigues, Central do Maranhão, Matões do Norte, Santo Amaro do Maranhão e Primeira Cruz.

Em quatro Estados, o percentual ultrapassa a metade da população: Maranhão (57,90%), Amazonas (51,42%), Alagoas (50,36%) e Pernambuco (50,32%). Na média brasileira, a parcela é de 29,62%, ou quase um terço da população vive em situação de pobreza.