Qual é a relação entre pobreza e desigualdade social?

Perguntado por: mgoulart3 . Última atualização: 21 de fevereiro de 2023
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Lato sensu, pobreza relaciona-se diretamente a privações, já a desigualdade refere-se, a princípio, a uma posição de desvantagem em relação à riqueza média de um país, podendo implicar ou não em privação.

Pobreza e desigualdade econômica são problemas relacionados à exclusão social, contudo convém levar em conta que tal relação não se processa de forma linear no mundo concreto. Em outras palavras, presença ou ausência de desigualdade não ocorre na razão direta de pobreza ou riqueza.

Nosso diagnóstico central é que o Brasil não é um país pobre, mas um país injusto e desigual, com muitos pobres. A desigualdade na distribuição da renda e das oportunidades de inclusão econômica e social representa o principal determinante dos elevados níveis de pobreza que afligem a sociedade brasileira.

aumento da violência; crescimento do número de moradias em áreas de risco; maiores taxas de desemprego; baixa da expectativa de vida.

De outro ponto de vista, a pobreza pode induzir os pobres a depredar ainda mais os recursos naturais e degradar o ambiente, acreditando assim estar garantindo um modo de vida. Gerando um círculo vicioso, reduzindo a renda, e a sobrevivência dos pobres, como é corroborado por Comim (2002).

A desigualdade social é oriunda de processos relacionais na sociedade. Ela condiciona, limita ou prejudica o status e a classe social de uma pessoa ou um grupo e, consequentemente, interfere em requisitos primários para a qualidade de vida.

A pobreza é definida, geralmente, como a falta do que é necessário para o bem-estar material – especialmente alimentos, moradia, terra e outros ativos. Em outras palavras, a pobreza é a falta de recursos múltiplos que leva à fome e à privação física.

A desigualdade social se refere à distribuição desigual de recursos e oportunidades entre diferentes grupos da sociedade, como renda, educação, saúde e emprego.

Principais causas da pobreza no Brasil

  • acentuada concentração fundiária;
  • acelerado processo de urbanização;
  • êxodo rural das populações do campo;
  • falta de investimento em educação;
  • grande número de trabalhadores informais;
  • grande concentração de renda;
  • insuficiência de políticas de combate à pobreza.

Contudo, ao contrário disso, é preciso compreender que a pobreza é uma violação dos direitos humanos, porque essa condição limita a fruição das liberdades individuais e coletivas dos(as) pobres, em razão da privação dos bens que lhes permitiriam viver dignamente.

Tais condições de trabalho não permitem a produção de lucro e acúmulo de dinheiro. Por conta disso, torna-se cada vez mais difícil a ascensão social e, muitas vezes, é iniciado ou mantido um ciclo de pobreza e fome. As desigualdades sociais estão diretamente ligadas às condições de exclusão socioeconômicas.

A desigualdade social no Brasil
Os dados mostram que o rendimento mensal dos 1% mais ricos do país é quase 34 vezes maior do que o rendimento da metade mais pobre da população. Ainda, o estudo mostrou que a renda dos 5% mais pobres caiu em 3%, enquanto a renda dos 1% mais ricos aumentou em 8%.

As desigualdades patrimoniais são ainda maiores do que as de renda no Brasil e são uma das mais altas do mundo. Em 2021, os 50% mais pobres possuem apenas 0,4% da riqueza brasileira (ativos financeiros e não financeiros, como propriedades imobiliárias).

A pobreza é um estado de miséria que causa sofrimentos por insuficiência de alimentação, que por sua vez gera problemas de saúde e, esses dois fatores influem no aprendizado e conseqüentemente na profissionalização, que possa levar a pessoa a uma remuneração melhor e sair do estado de miséria.