Quantos dias pode ser considerado abandono de emprego?

Perguntado por: sfelix . Última atualização: 15 de janeiro de 2023
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Neste texto, vimos que o abandono de trabalho se configura após 30 dias de não comparecimento do colaborador. Ainda que seja uma situação inconveniente, ele deve ser devidamente notificado por Carta Registrada com aviso de recebimento. Ademais, caso ele apareça antes desse período, a justa causa não é mais uma opção.

A legislação trabalhista não dispõe a respeito do prazo de ausência injustificada para caracterização do abandono de emprego. A jurisprudência trabalhista fixa a regra geral, de falta de mais de 30 dias ou período inferior se houver circunstâncias evidenciadoras.

A Lei não especifica a quantidade de faltas consecutivas para que o abandono seja configurado, mas a Justiça do Trabalho entende que a ausência de um colaborador por mais de 30 dias consecutivos e sem justificativa pode caracterizar o fato.

Falta injustificada pode levar a justa causa? Sim. As faltas injustificadas podem causar demissão por justa causa. De acordo com o Artigo 482 do Decreto Lei nº 5.452 da CLT, um dos motivos que provocam a demissão por justa causa é a desídia.

O ideal é combinar um horário para conversar a sós com seu superior e explicar as suas razões com objetividade, sinceridade e humildade, ingrediente que não pode faltar nessa conversa. Outra dica importante: jamais critique qualquer pessoa ou qualquer aspecto da empresa que tenha contribuído para a sua decisão.

A desídia também ficar caracterizada se o empregado tiver atrasos reiterados no trabalho. Um dia ele chega 30 minutos atrasados, outro dia 1 hora, outro dia vem só um período e assim sucessivamente. Isso pode caracterizar a desídia e o empregado pode ser demitido por justa causa.

Desconto em folha de pagamento
Faltas no trabalho sem justificativa estão entre os fatores que impactam o cálculo da folha de pagamento. Cada dia de ausência leva a um desconto equivalente a um dia de trabalho na remuneração do trabalhador.

Faltar sem apresentar alguma das justificativas que constam na CLT, reflete na remuneração do colaborador, que tem o valor de um dia de trabalho descontado a cada falta. O Descanso Semanal Remunerado (DSR) também pode ser descontado, isso dependerá da política da organização.

A dispensa por justa causa pode ser aplicada ao trabalhador que comete alguma das infrações previstas em lei e que são consideradas graves o suficiente para quebrar o elo de confiança entre ele e a empresa. Uma dessas infrações é a falta injustificada do empregado ao trabalho por ao menos trinta dias consecutivos.

Quantas faltas injustificadas se podem dar por ano? Não existe um limite de faltas injustificadas determinado por lei. Porém, o número de ausências sem justificativas repercute diretamente no período de férias a qual o colaborador tem direito após 12 meses de trabalho.

Segundo determinação da lei, após 30 dias consecutivos de faltas injustificadas, as empresas têm o direito de alegar a situação de abandono de emprego, o que consequentemente garante a empresa o direito de demitir o trabalhador por justa causa.

4) COMO PROVAR QUE O FUNCIONÁRIO ABANDONOU O EMPREGO? Para provar o abandono de emprego e poder demitir o empregado por justa causa, a empresa precisa ter o registro de jornada de trabalho do funcionário que comprove as suas faltas.

Nessa modalidade de demissão são devidos apenas o saldo de salário, as férias vencidas (se houver) e o salário-família se for beneficiário, além do depósito dos 8% do FGTS. O empregado perderá o direito de receber as férias e o 13º proporcionais, nem haverá aviso prévio, multa do FGTS ou direito ao seguro desemprego.

Caso o fato da falta passe a ser recorrente, a empresa através de seus gestores devem saber aplicar a advertência por falta, pois ela funcionará como uma punição para o funcionário.

Demitir alguém na sexta feira, no último horário, demonstra pouca sensibilidade e empatia, já que final de semana é momento de descanso, lazer, prazer e descontração. Ao demitir alguém na sexta você arruína o final de semana do profissional.

Quando isso ocorre o trabalhador deve procurar um advogado trabalhista para promover uma ação trabalhista de rescisão indireta, na qual o juiz poderá determinar a quebra do contrato de trabalho, com a indenização em favor do trabalhador.