Como era o modo de vida dos Canudos?

Perguntado por: ezagalo . Última atualização: 18 de maio de 2023
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Em 1896 o arraial já possuía cerca de 15 mil sertanejos que viviam de modo comunitário. Sobreviviam com a criação de animais e plantações. Tudo era dividido entre os habitantes e o que sobrava era comercializado nas cidades vizinhas. Desse modo, conseguiam obter os bens e produtos que não eram produzidos no local.

O terreno ficava às margens do rio Vaza-Barris. O Arraial de Canudos chegou a ter uma população de 25 mil pessoas, que o consideravam como a “terra prometida”.

A cidade de Canudos foi fundada em 1893 por Antônio Conselheiro junto com seus seguidores. O local era uma fazenda abandonada que pertencia a um homem chamado Barão de Canabrava. Em meados de 1893, Conselheiro já tinha mais de 10 mil seguidores, que se instalaram de vez em Canudos.

Seus habitantes eram autossuficientes, com roças e rebanhos coletivos. Chegou a ter, em seu auge, cerca de 25 mil habitantes. O povoado começou a ser visto como uma ameaça pelos coronéis latifundiários locais e pelos governos baiano e o brasileiro.

No norte da Bahia, a vila de Canudos era um dos focos de resistência popular contra a República e os altos impostos. A revolta era organizada por todos os moradores da vila, que tinha cerca de 20 mil habitantes, liderados pelo cearense Antônio Conselheiro.

Canudos incomodava à Igreja Católica, que via seus fiéis debandarem para a comunidade de Antônio Conselheiro, e incomodava também os grandes fazendeiros latifundiários do sertão nordestino, que viam sua mão de obra explorada seguindo para o lugar onde não havia a opressão de um sistema que não diferia em nada dos ...

Falar de censura, distorções e conspirações inventadas – também métodos usados pelo regime ditatorial de então – era também denunciar como o discurso oficial e a imprensa continuavam a forjar inimigos e, com isso, justificavam, por exemplo, torturas, execuções e prisões arbitrárias.

O objetivo da Guerra de Canudos era acabar com o arraial liderado pelo beato Antônio Conselheiro, considerado um centro de resistência dos adeptos da monarquia contra a nascente República. Foram necessárias quatro expedições para por fim ao arraial.

Com isso, a Igreja, os latifundiários e a imprensa se incomodaram com as manifestações de Canudos que, por sinal, estava atraindo diversas pessoas. A comunidade e suas mobilizações ganhou ainda mais força com o apoio de Antônio Vicente Mendes Maciel, popularmente conhecido como Antônio Conselheiro.

A comunidade de Canudos se desenvolveu de forma coletivista, sem propriedade privada e logo tomou grandes proporções, assustando as autoridades e a Igreja, já que o Antônio Conselheiro era visto pelos seus seguidores como um “santo”, adotando o papel de “messias” para a população do Arraial.

Não sem motivo, portanto, o lema na bandeira: Ordem e Progresso. Aquele era um tempo regido pela crença no progresso.

Os motivos que teriam levado à guerra ainda são objetos de discussão, havendo duas teses principais: a Euclidiana, interpretando Canudos como um foco de restauração monárquica; e a de Rui Facó, marxista, tendo como epicentro a luta pela abolição dos latifúndios, pelo direito à terra e contra a opressão.

No entanto, para ali, também fluíram famílias com algumas posses que buscavam se integrar ao desenvolvimento de Canudos. No povoado, havia reservatórios de água, escolas, armazéns e igrejas. Além da agricultura de subsistência e da criação de gado, em Canudos o comércio era livre e dinâmico.

Outras relíquias da guerra também são encontradas no pequeno Museu Histórico de Canudos. Turistas podem desfrutar ainda do Mirante do Conselheiro e do pequeno balneário do açude Cocorobó, cujas águas encobrem as ruínas da extinta comunidade fundada pelo Conselheiro, em pleno sertão baiano.

Resposta. Os sertanejos cultivavam produtos e criavam animais para sua subsistência e vendiam o excedente nas cidades próximas para comprar armas e madeira.

Com o passar do tempo, a cidade começou a crescer, chegando a um contingente de 25 mil habitantes. Isso porque o discurso de Antônio Conselheiro sobre justiça social e posse coletiva da terra era extremamente atraente. Em Canudos, a vida era pobre, mas extremamente religiosa e comunitária.

O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, históricamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia ...