Como o cordel chegou ao Nordeste brasileiro?

Perguntado por: aalves . Última atualização: 18 de maio de 2023
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No Brasil, veio com os colonizadores, instalando-se na Bahia, mais precisamente em Salvador, que à época era a capital brasileira. Estudos apontam 1893 como o marco da literatura de cordel, quando o paraibano Leandro Gomes de Barros teria publicado os primeiros versos no país.

A literatura de cordel é um gênero poético que resultou da conexão entre as tradições orais e escritas presentes na formação social brasileira e carrega vínculos com as culturas africana, indígena e europeia e árabe.

Por abordar histórias e situações características da região, o cordel fortaleceu o folclore e o imaginário regional. Sua impressão em grande quantidade e rapidez fez com que se popularizasse, principalmente, porque sintetizava de maneira simples histórias.

Sua grande importância se dá pela identidade do povo, já que o folclore que envolve essa literatura trata os costumes locais de forma a fortalecer a identidade do povo. Leandro Gomes de Barros, primeiro brasileiro a produzir cordéis, ficou conhecido através da obra de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida.

A Literatura de Cordel é uma manifestação da cultura popular brasileira que teve origem no Nordeste. É composta por poemas escritos em linguagem popular, ricos em rimas e na perfeição métrica dos seus versos.

O nome “cordel” faz referência às cordas onde os folhetos ficavam expostos. Seu formato foi inspirado nos cordéis lusitanos, trazidos ao Brasil pelos colonizadores portugueses. Os folhetos de cordel são expostos em cordas ou barbantes, presos por grampos.

Leandro Gomes de Barros

Uma biografia de Leandro Gomes de Barros (1865-1918), o “pai da literatura de cordel”.

O músico e escritor Edilberto Cipriano de Brito, conhecido por Beto Brito, da cidade de João Pessoa – PB, demorou 900 dias para escrever o maior cordel do Brasil, intitulado ´Bazófias de um cantador pai dégua”.

Alguns importantes cordelistas brasileiros são: Patativa do Assaré, Leandro Gomes de Barros, Firmino Teixeira do Amaral, Jarid Arraes,Silvino Pirauá, Fábio Sombra, Salete Maria da Silva, Maria Godelivie, Arievaldo Viana Lima e Pedro Nonato da Costa.

Os poemas de literatura de cordel são marcados por fortes elementos da cultura brasileira, com temas que incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre outros. A sua escrita conta com linguagem coloquial, uso de humor, ironia e sarcasmo.

Inserido na cultura nacional em fins do século XIX, o cordel é elemento constituinte da diversidade cultural brasileira, com contribuições das culturas africana, indígena, europeia e árabe.

Os textos de cunho político constituem verdadeiros instrumentos de crítica social através de mensagens de políticas através da opinião do autor. O cordel é classificado como obra educativa e didática. São comuns em feiras livres do nordeste, além de folhetos que contribuem para a divulgação da sabedoria popular.

Nomes como Castro Alves, Graciliano Ramos, José de Alencar, Jorge Amado, Manuel Bandeira e Nelson Rodrigues, por exemplo, são alguns dos mais famosos autores nordestinos.

Feita em versos, ela se apresentada em forma de folhetos e pequenos livretos com capas de xilogravura, geralmente eles ficam pendurados em barbantes ou cordas. Além dos versos de suas poesias, outra característica da literatura de cordel é a xilogravura.