Em que difere o pensamento de Benjamin do de Adorno e Horkheimer?

Perguntado por: rsilveira . Última atualização: 21 de maio de 2023
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Walter Benjamin (1934) defende que a técnica tende a proporcionar o acesso à obra de arte. Em contraponto, Adorno e Horkheimer (1947) defendem que o uso da técnica e a reprodução da obra de arte nas mãos da Indústria Cultural podem promover a alienação social.

Adorno e Horkheimer entendem que a cultura elaborada pelo sistema capitalista e pela mídia descompromissada pela sociedade pode ser vista como nefasta em relação à influência social. Para os filósofos, a indústria cultural monopoliza a arte da massa e a utiliza para lucrar e movimentar o capitalismo na sociedade.

Para Adorno e Horkheimer, Indústria Cultural distingue-se de cultura de massa. Esta é oriunda do povo, das suas regionalizações, costumes e sem a pretensão de ser comercializada, enquanto que aquela possui padrões que sempre se repetem com a finalidade de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo.

O conceito de cultura de massa diz respeito a uma cultura que não é autêntica. Segundo Walter Benjamin, filósofo e teórico literário alemão do século XX, a cultura tornou-se um elemento de mercado. Para Benjamin, o cinema e a fotografia representaram o ápice do desenvolvimento tecnológico que levou à cultura de massa.

Principais Ideias. Adorno considerava a sociedade enquanto objeto e abandona a ideia de produção cultural autônoma em relação à ordem social vigente. Por sua vez, sua perspectiva está embasada na Dialética de Hegel, apesar de divergirem em alguns pontos.

Walter Benjamin pertence à Teoria Crítica no sentido amplo, isto é, esta corrente de pensamento inspirada em Marx que, a partir ou ao redor da Escola de Frankfurt, questiona não apenas o poder da burguesia, mas também os fundamentos da racionalidade e da civilização ocidentais.

Horkheimer propunha que a própria teoria crítica deveria ter como um de seus focos a crítica a teorias que considerava, por deixarem de lado ou não darem a centralidade necessária aos problemas sociais, como reprodutoras de formas de injustiça social.

Horkheimer argumentou que a razão na era moderna se tornou uma ferramenta usada pelos poderosos para manter seu poder e controle, em vez de um meio de buscar a verdade e o entendimento. Ele acreditava que essa razão instrumental desempenhava um papel central em muitos dos problemas sociais e políticos de seu tempo.

Em um texto clássico escrito em 1947, "Dialética do Iluminismo", Adorno e Horkheimer definiram indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, música popular, programas de TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social.

Segundo Adorno e Horkheimer, a produção de livros, filmes, músicas e outros artigos culturais de maneira padronizada também contribui para perpetuar a ideia de que a felicidade pode ser conquistada através do consumo de bens e serviços.

Já Theodor Adorno e Max Horkheimer, afirmavam que a Indústria Cultural atuava como formadora das mentalidades. Contudo, não eram utilizadas de modo esclarecedor, o que também é uma possibilidade virtual deste sistema.

A indústria cultural, portanto, não mede esforços para lançar os indivíduos em estado de indigência estética, isto é, no mais completo empobrecimento da reflexão crítica e da sensibilidade artística. A padronização é o valor decisivo desta proposta cultural.

Muita gente confunde, mas a cultura popular e a cultura de massa são totalmente distintas. A primeira é fruto do povo, da identidade cultural de uma sociedade. Já a segunda é produto da Indústria Cultural e não tem a intenção de carregar ou transmitir valores simbólicos.

Segundo Adorno (1995b, p. 73), o tempo em que se está “livre” tem por função restaurar a força de trabalho, o tempo livre do trabalho–precisamente porque é um mero apêndice do trabalho – vem a ser separado deste com zelo puritano. decisão e sim é levado e ordenado pelo coletivo.

1 A concepção de modernidade de Walter Benjamin
O que é próprio da modernidade é o desmoronamento desse horizonte e, consequentemente, a falta de um polo duradouro que servia, outrora, de razão e de consolo do efêmero.