Estou sendo ameaçado por um agiota?

Perguntado por: snascimento5 . Última atualização: 15 de janeiro de 2023
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Para acabar com a angústia da vítima, é necessário que ela vá até uma delegacia de polícia e faça a notícia-crime, desse modo ela irá narrar o fato ocorrido e explicar os juros abusivos. Dessa forma, ocorrerá a investigação, onde que, se for identificado a conduta criminosa, o delegado poderá indiciar o criminoso.

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

A pena prevista é de 6 meses a 2 anos de detenção e multa. O termo agiotagem também é utilizado como sinônimo de usura, todavia, a cobrança de ágios, dentro dos limites legais não é considerado crime, é exatamente o que os bancos fazem quando emprestam dinheiro.

Agiotagem é aquela prática — que é considerada crime! — em que uma pessoa empresa dinheiro a outra com juros excessivos, acima dos limites permitidos pela lei. O empréstimo entre pessoas físicas, por outro lado, é regulamentado e, por isso, seguro.

Os riscos de pegar empréstimo com agiotas
A atividade constitui crime contra a economia popular, com pena de seis meses até 2 anos de prisão. Além disso, também vai contra o Sistema Financeiro Nacional, pois faz a operação sem a autorização do Banco Central. Essa infração tem pena de 2 a 8 anos de prisão e multa.

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 104/22 veda, em quaisquer contratos ou operações financeiras, taxas de juros superiores ao dobro da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), respeitado o limite máximo de 12% ao ano.

“Todo credor que tenha emprestado alguma coisa a seu próximo, perdoará o que tiver emprestado. Não explorará seu próximo, nem seu irmão, porque terá sido proclamado um perdão geral em honra de Javé” (Dt 15,2).

Para valores entre R$ 1.000 e R$ 3.000 a maior parte dos agiotas cobra entre 16% e 22%. Os agiotas nunca informam corretamente —quando informam— o juro real que o tomador está pagando. Em geral, dizem que a taxa fica entre 12% e 14% ao mês.

Logo, tanto doutrina quanto jurisprudência, tem aplicado a taxa de juros prevista pelo parágrafo 1º do artigo 161 do Código Tributário Nacional, qual seja: 1% (um por cento) ao mês. Qualquer taxa cobrada acima disso pode configurar usura ou agiotagem.

Como regra, juros superiores ao patamar de 50% da média do mercado é considerado abusivo.

Não pagar o empréstimo pode dar cadeia? Não, de acordo com a Constituição Federal, a prisão ocorre apenas em casos que envolvem a falta de pagamento de alimentos. Diante disso, não pagar o empréstimo não é crime, mas dívidas feitas no cartão de crédito, cheque especial, financiamento, empréstimos etc.

Caso você tenha emprestado seu nome ou dinheiro a uma pessoa e ela não pagou, é possível reaver a situação na justiça. Porém, é bom salientar que levar a dívida para um processo judicial não significa que você irá receber o dinheiro de volta.

Agiota é a pessoa que empresta dinheiro a outra pessoa fora da legalidade. O agiota fornece crédito ignorando as regras que instituições financeiras precisam seguir.

A lei levítica proibia o empréstimo com juros a israelitas pobres (Levítico 25:35-37). O conceito era que devia-se emprestar o dinheiro necessário ao israelita pobre sem qualquer garantia. Mas a Bíblia também adverte quanto à imprudência e os riscos de ser fiador de outra pessoa.

Para que a revisão de financiamento aconteça, o contratante precisa recorrer à Justiça Comum ou ao Procon. O Procon é um órgão de fácil acesso à população e o lugar correto para procurar os direitos do contratante através do Código de Defesa do Consumidor no Brasil.

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.