O que os escravos faziam para ganhar a alforria?

Perguntado por: ogodinho . Última atualização: 19 de fevereiro de 2023
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Segundo Lúcia Helena, para conseguir o dinheiro determinado à alforria, as escravas trabalhavam lavando roupa e como babá, ama de leite, bordadeira e engomadeira, além de vender alimentos na rua que elas mesmas faziam ou cultivavam em pequenas hortas.

Muitas vezes, aproveitando das habilidades de um negro, o proprietário acabava transformando-o em um “escravo de ganho”. Nessa situação o escravo poderia vender “doce de tabuleiro”, realizar o transporte de cargas e pessoas, cuidar de um estabelecimento comercial ou fabricar utensílios.

Ainda assim, não era nada fácil que esses trabalhos rendessem o suficiente para comprar a alforria. Em geral, no final do século 19, o preço da liberdade variava de 200 mil réis a 2 contos de réis (equivalente a 2 milhões de réis).

Negar-se a trabalhar, responder para seus senhores e provocar pequenos prejuízos tornaram-se estratagemas de mulheres negras escravizadas para desvalorizar o próprio preço. Valia até pedir proteção a famílias inimigas dos senhores a quem serviam para conseguir a alforria.

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil.

Ele e o filho Muzinga foram levados por um Major para trabalhar na Mina da Encardideira, em Vila Rica (atual Ouro Preto). Durante muito tempo, Chico trabalhou duro e pôde comprar a própria liberdade e a de Muzinga.

e desse montante as cartas de alforria representam cerca 32,7 por cento. No período seguinte (1880-1888), registrou-se o montante de 102 escravos 'beneficiados' com alforrias e quarenta escravos transferidos mediante vendas.

Com a mão de obra escrava sendo utilizada em larga escala, foram os cativos apelidados de "tigres" os responsáveis pelo recolhimento e despejo da urina e fezes de muitos moradores das cidades durante cerca de 300 anos.

Tráfico negreiro no Brasil
O comércio ultramarino de escravos no Brasil estendeu-se por três séculos e encerrou-se somente em 1850, quando foi decretada a Lei Eusébio de Queirós.

Os escravos chamados "boçais", recém-chegados da África, eram normalmente utilizados nos trabalhos da lavoura. Havia também aqueles que exerciam atividades especializadas, como os mestres-de-açúcar, os ferreiros, e outros distingüidos pelo senhor de engenho. Chamava-se de crioulo o escravo nascido no Brasil.

25 anos

No que se refere à mortalidade geral de escravos, com base na média de idade de falecimento obtida por meio dos registros de óbitos, concluímos que a expectativa de vida de um escravo, na Freguesia de Lamim, era de 25 anos, um pouco maior que a encontrada por Schwartz, que girava em torno de 19 anos.

As condições ruins e os salários baixos garantiam aos ex-escravos uma posição subalterna e marginalizada na sociedade. O mesmo aconteceu nas grandes cidades, uma vez que esses libertos, sem oportunidades e sem estudo, eram sujeitos a empregos ruins e mal remunerados.

O tempo de vida média útil de um escravo era de 10 a 15 anos, segundo muitos estudiosos.

Algumas formas eram: formação de quilombos, fugas ou suicídios, magia, assassinatos e sequestros de senhores, paralisações, sabotagens e roubos. Também havia a capoeira, que era considerada uma forma de resistência, diferente do fenômeno urbano do século 19.

As leis abolicionistas são como conhecemos a legislação que promovia a emancipação dos escravos de maneira gradual, elas foram aprovadas entre a Lei Eusébio de Queirós (1850) e a Lei Áurea (1888). As leis aprovadas nesse período foram a Lei dos Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885).

A carta de alforria concedia a liberdade jurídica aos escravos. Era a liberdade legitimada pela sociedade, a mesma que legitimava o sistema escravista. A carta de alforria contém informações tanto do alforriador quanto do alforriado.

A escravidão no Brasil teve início no século XVI, durante o Período Colonial, e consistiu no uso da mão-de-obra forçada de mulheres e homens africanos. Essas pessoas foram retiradas a força dos muitos grupos étnicos dos quais faziam parte no continente africano e trazidas ao Brasil nos chamados navios negreiros.