Porque o milho é sagrado na cultura Guarani?

Perguntado por: iximenes . Última atualização: 18 de janeiro de 2023
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Segundo a Funai, para os índios, alimentar-se com o milho guarani tem poder curativo e fortalecedor do corpo e do espírito. Eles utilizam o milho para o ritual de batismo Nimongarai, momento em que são revelados e distribuídos os nomes em língua guarani às crianças da aldeia e que simbolizam suas verdadeiras almas.

O grão compõe ainda diferentes pratos da culinária indígena e está presente em várias manifestações culturais, como na realização de festividades, cerimônias e no intercâmbio entre aldeias. A palha de milho também é aproveitada, principalmente na confecção de itens de artesanato.

Sobre a origem do milho há varias lendas indígenaS no Brasil e América espanhola. A lenda guarani conta a luta mortal entre dois guerreiros. Por uma determinação do grande espírito para que a tribo conseguisse comida, o vencido foi enterrado e de sua cova nasceu um vegetal, o milho.

Seu nome, de origem indígena caribenha, significa “sustento da vida”. Alimentação básica de várias civilizações importantes ao longo dos séculos, os Olmecas, Maias, Astecas e Incas reverenciavam o cereal na arte e na religião. Grande parte de suas atividades diárias era ligada ao seu cultivo.

O milho é um dos alimentos sagrados Guarani Mbya! Sua plantação é fértil nas regiões em que os Guarani costumam viver, e portanto o milho é um alimento muito antigo na tradição Guarani. Os Guarani Mbya se consideram os guardiões do milho, buscando defender as condições territoriais para plantarem este alimento sagrado.

Segundo a publicação, os alimentos básicos da culinária guarani são milho, mandioca, amendoim, palmito, batata-doce, feijão, mel, peixe e carne de caça, consumidos frescos, cozidos ou assados na brasa, sem muito tempero.

Auati, abati ou avati é o nome tupi do milho utilizado na alimentação à mais de 5 mil anos que nasceu na América, mais precisamente no México, e se espalhou pelo mundo.

Costumes dos Índios Guarani
A organização social e os cantos estão entre as mais evidentes manifestações culturais do povo guarani. Para eles, a terra, tekoha, é parte integrante da família. Os cânticos guaranis são entoados como uma forma de demonstrar aos deuses que existem sobre à terra.

O milho é uma cultura muito exigente em água. Entretanto, pode ser cultivado em regiões onde as precipitações vão desde 250 mm até 5000 mm anuais, sendo que a quantidade de água consumida pela planta, durante seu ciclo, está em torno de 600 mm.

O milho é uma cultura significativamente importante para o Estado, tanto em bases econômicas - agronegócio, como sociais, porque representa para diversas propriedades, principalmente para as micro e pequenas, um dos produtos de maior versatilidade no processo de sua sustentabilidade alimentar.

Em homenagem a esse índio sacrificado em benefício da tribo, os guaranis deram o nome de auaty, ao milho, seu novo alimento. Cultivado pela primeira vez no México há cerca de 5.000 anos, o milho logo se tornou a cultura alimentar mais importante na América Central e do Norte.

Há pelo menos 7.300 anos o milho participa da história alimentar mundial. Os primeiros registros de seu cultivo foram feitos em ilhas próximas ao litoral mexicano, mas rapidamente a cultura se espalhou por todo o país.

O milho representa proteção e fartura, uma planta considerada sagrada, e pode atrair boas energias para a sua vida. Sabemos que têm situações que precisam de respostas rápidas e partimos para o mundo espiritual, o mais poderoso.

O milho se consolidou como um dos principais símbolos das festas juninas por ser a matéria-prima utilizada em inúmeros pratos encontrados durante as festanças, como a pipoca, pamonha, canjica, cuscuz e milho cozido, mesmo que essas receitas também sejam encontradas e produzidas ao longo de todo o ano.

teosinto

A pesquisa revela que a história do milho começa com seu ancestral selvagem, chamado teosinto.

A espiga é a parte do milho que contém os grãos, o sabugo e a palha. Ela é a parte mais importante da planta, desde a raiz ao ápice. Tecnicamente, é conhecida como a inflorescência que apresenta um eixo, chamado de sabugo, rodeado de flores que se soltam facilmente, transformando-se em grãos.