Porque o Palmeiras não compra o Allianz?

Perguntado por: eoliveira . Última atualização: 1 de junho de 2023
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Aos R$ 444 milhões do valor de 2021, segundo demonstrativo financeiro deste ano, houve uma “baixa por reconhecimento da receita” de R$ 19 milhões, chegando ao preço atual de R$ 425 milhões. É isso que vale o Allianz Parque caso a presidente Leila Pereira queira comprá-lo.

O acordo entre as partes é válido por 30 anos, ou seja, termina em novembro de 2044, quando o Palmeiras terá 100% das receitas do estádio. Além dessa discussão de dívida, Verdão e WTorre brigam por conta da implementação do sistema de reconhecimento facial no Allianz Parque.

A empresa espera fazer valer o acordo com o clube até 2044, trinta anos depois de a arena ser inaugurada na Pompeia no lugar do Palestra Itália. Não vende por um único motivo: o Allianz é lucrativo demais.

O Palmeiras fatura R$ 3 milhões por jogo, em média, em 2023. No início do ano, teve de jogar duas vezes no Morumbi, contra Santos e Cerro Porteño, do Paraguai, porque ficou sem seu estádio.

Abaixo, o levantamento, que não considera 2020 e 2021, anos em que foram jogadas poucas partidas com público no estádio devido à pandemia, mostra o faturamento anual do Palmeiras com as rendas no Allianz Parque: 2014: R$ 13,5 milhões. 2015: R$ 99,5 milhões. 2016: R$ 77,7 milhões.

Um levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo Valor Econômico mostra que o Corinthians é o clube que mais deve à União, com R$ 737,7 milhões de débitos - sem incluir o financiamento para a construção da arena.

O Mané Garrincha, o Maracanã e a Arena São Paulo, os três estádios mais caros, correspondem sozinhos por 42% desse valor.

A dívida já esteve na casa dos R$ 170 milhões em 2019, terminou com R$ 68 milhões em dezembro de 2022 e caiu para R$ 43 milhões em julho de 2023.

Conforme apuração o ESPN.com.br, a WTorre não pretende parar de alugar o espaço para empresas ou interessados, assim como não vai suspender os eventos previamente agendados. A empresa, inclusive, confirmou a informação à reportagem, que apurou que cada aluguel custa, em média, R$ 150 mil.

Aos R$ 444 milhões do valor de 2021, segundo demonstrativo financeiro deste ano, houve uma “baixa por reconhecimento da receita” de R$ 19 milhões, chegando ao preço atual de R$ 425 milhões. É isso que vale o Allianz Parque caso a presidente Leila Pereira queira comprá-lo. Aos menos, é o que vale aos olhos do clube.

O Palmeiras aponta que a dívida que era de quase R$ 128 milhões já está na casa dos R$ 136 milhões. Essa mudança considera a atualização com os rendimentos que a WTorre teve com o Allianz Parque até o mês de maio, considerando itens como camarotes, naming rights e shows.

A presidente Leila Pereira disse que o Verdão não recebe nada destas fatias desde 2015. A ação beirava os R$ 128 milhões, mas como o clube diz que continua não recebendo, atualizou o valor para R$ 136 milhões.

Allianz Parque, conhecido popularmente em seus primórdios como Arena Palestra Itália ou Arena Palmeiras, é uma arena multiúso construída para receber espetáculos, concertos, eventos corporativos e, principalmente, partidas de futebol do Palmeiras, seu proprietário, que fez um contrato de construção, exploração e gestão ...

A liderança do levantamento é do Manchester City, com 731 milhões de euros (mais de R$ 4 bilhões na cotação atual) – quase quatro vezes mais do que o Flamengo arrecadou –, seguido por Real Madrid e Liverpool no "pódio" dos mais ricos.

Na última semana, o “UOL” informou que o clube reduziu o débito que tem com a Crefisa, parceira e credora do clube nos últimos anos, para R$ 43 milhões. O valor, embora alto, é inferior aos R$ 68 milhões de 2022.

A dívida chegou a R$ 172,1 milhões no fim de 2019 e desde então só tem caído, pois o clube não usa mais aportes da empresa para buscar reforços. Em dezembro de 2021, o débito estava perto de R$ 110 milhões. Não estão incluídos nestes valores os R$ 65 milhões que o Palmeiras antecipou do contrato com a Crefisa em 2023.