Qual é o maior desafio na atualidade das comunidades indígenas e quilombolas?

Perguntado por: lcosta . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Pois, grande parte das comunidades quilombolas no Brasil, ainda hoje, não possuem a regularização fundiária de seus territórios, o título de suas terras. Tal fator tem dificultado e muitas vezes gerado conflitos ao tentarem garantir o controle de acesso de visitantes e turistas em seus territórios.

As contradições entre a Legislação e a sua efetiva aplicação, contudo, constituem hoje o maior desafio, uma vez que a incorporação do quilombo na ordem jurídica não tem sido suficiente para alterar as práticas de expropriação e controle da terra, e com elas a situação de precariedade em que vivem os grupos negros na ...

Ainda hoje, apesar de parcos avanços, sofrem com a falta de titulação de suas terras tradicionalmente ocupadas e vivem com pouca infraestrutura e qualidade de vida. As comunidades e povos tradicionais enfrentam problemas de habitação, falta saneamento, luz elétrica e vias de acesso aos seus locais de moradia.

Para além dos desafios territoriais, os povos indígenas enfrentam, ainda nos dias de hoje, problemas com racismo, preconceito, violação aos direitos das mulheres indígenas, falta de acesso à saúde e serviços públicos, além da alimentação escassa e pobre em nutrientes.

Saber das legislações, conseguir diferenciar Povos Originários de Povos e Comunidades Tradicionais e conhecer os principais conflitos vivenciados por esses grupos, é o principal desafio para o fomento da pauta. O principal equívoco em relação à temática é restringir a discussão apenas aos povos indígenas.

As comunidades quilombolas sofrem violações de direitos humanos porque estão historicamente submetidas a um processo de expropriação de seus territórios que segue o mesmo roteiro de injustiça em função da pressão exercida atualmente por agentes ligados ao agronegócio.

Ainda hoje existem comunidades quilombolas que resistem à urbanização e tentam manter seu modo de vida simples e em contanto com a natureza, vivendo, porém, muitas vezes em condições precárias devido à falta de recursos naturais e à difícil integração à vida urbana e não tribal.

As populações quilombolas, em geral, dependem da agricultura para sobreviver. Sem poder sair para vender seus produtos, têm sofrido também com insegurança alimentar, já que grande parte não conseguiu o auxílio emergencial do governo federal.

As demandas dos quilombolas nas audiências públicas evidenciaram a vivência destes numa sociedade comum partilhada, sendo suas principais reivindicações no campo da educação: acesso à tecnologia, formação profissional dos jovens e adultos e acesso ao ensino superior.

Os estudos analisados evidenciaram a preocupação com a saúde dos quilombolas e suas vulnerabilidades às condições de saúde. Dificuldade de acesso a bens e serviços, predominância de doenças-crônicas, ganho de peso e um atendimento pontual e curativista são alguns dos fatores que permeiam esse grupo populacional.

Os desafios são grandes, sendo necessário modificar a cultura escolar, que exclui a diversidade. Na representação quilombola, não é o passado que retorna. É o presente que faz aflorar a história e a ancestralidade dentro das experiências que levam à organização social.

Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego e a principal renda vem do artesanato. “Geralmente, as comunidades estão localizadas em área de risco.

Resultados preliminares do Censo Demográfico 2022, recém-divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que há hoje no Brasil 1.652.876 de indígenas, número aproximadamente 84% maior do que o contabilizado no levantamento de 2010, quando eles somavam 896,9 mil pessoas (817,9 mil ...

Segundo ela, o desmatamento, ocorrência de incêndios, a proximidade com rodovias, degradação florestal, mineração e o avanço da agropecuária. O levantamento indica que, na comparação com o período de 2001 a 2010, de 2011 a 2019, o percentual de áreas ameaçadas no entorno das terras indígenas aumentou 74%.

Vem com a gente:

  1. Não generalize ou estereotipe os povos indígenas. ...
  2. Atente-se às questões políticas. ...
  3. Pressione parlamentares indígenas e/ou que apoiem as causas indígenas. ...
  4. Use sua voz nas redes sociais. ...
  5. Não seja um negacionista ambiental. ...
  6. Faça doações para campanhas e participe ativamente. ...
  7. Pesquise a origem dos seus acessórios.

A população indígena no país sofreu um enorme decréscimo, entre o século XVI e o século XX, passando de milhões para a casa dos milhares. Extermínios, epidemias e também escravidão foram os principais motivos dessa redução.

Falta de conhecimento sobre esses povos: a grande maioria da população não conhece de fato os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e suas culturas. A falta de informação fomenta o preconceito e a desvalorização.

Estão presentes, sobretudo, na memória dos continuadores dessa luta, os quilombolas de hoje. Se num primeiro momento o enfrentamento visava construir a liberdade rompendo com a escravidão, hoje a luta se dá no sentido de libertar a terra para continuarem a ser livres.

A constituição dos quilombos é, sobretudo, marcada pela resistência e luta dos negros e negras contra a escravidão.

Elas simbolizam a resistência a diferentes formas de dominação. Essas comunidades mantêm forte ligação com sua história e trajetória, preservando costumes e cultura trazidos por seus antepassados.

As comunidades quilombolas tiveram também garantido o direito à manutenção de sua cultura própria através dos artigos 215 e 216 da Constituição. O primeiro dispositivo determina que o Estado proteja as manifestações culturais afro-brasileiras.