Qual o primeiro povo a consumir o cacau?

Perguntado por: agomes . Última atualização: 14 de janeiro de 2023
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Evidências arqueológicas indicam que a primeira utilização do cacau ocorreu na Mesoamérica, cerca de 3,9 mil anos atrás. Tradicionalmente, arqueólogos presumiram que os mesoamericanos não foram apenas os primeiros a utilizar o cacau, mas também a cultivá-lo.

A partir do cacau, começaram a produzir uma bebida complexa, uma mistura líquida condimentada, feita a partir de pasta de cacau ralada, à qual se juntavam outros ingredientes, tais como a farinha de milho, especiarias entre outros temperos e misturas diversas.

Arqueólogos constataram que os primeiros povos a utilizarem e cultivarem o cacau foram os aztecas e os maias. Além do uso cotidiano, ambos os povos ofereciam o alimento como troca em rituais religiosos há pelo menos 3.9 mil anos.

Ao entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Somente duzentos anos mais tarde, os culinaristas franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate da História.

Diferentemente do que se imaginava, o cacau tem origem amazônica - e não centro-americana - e já era consumido há 5,5 mil anos, aponta uma pesquisa desenvolvida por vários arqueólogos equatorianos e franceses, que chegaram a encontrar restos de uma grande cultura no sudeste do Equador.

O cacau chegou à Bahia em 1746, quando um colonizador francês que vivia no Pará, Luiz Frederico Warneau, enviou algumas sementes da variedade “Forastero” (do grupo Amelonado) ao fazendeiro baiano Antonio Dias Ribeiro, que as semeou no município de Canavieiras. Em 1752, foram plantadas as primeiras sementes em Ilhéus.

Os testes apontam que a ingestão de cacau pelos sacerdotes e pelas altas classes sociais da região ocorreu entre 600 e 500 a.C.

Os maias antigos não faziam barras de chocolate, nem acrescentavam açúcar ou leite ao cacau. Em vez disso, consumiam o seu chocolate como um elixir cerimonial e como um saboroso potenciador de humor. Para os maias, o cacau era um presente sagrado dos deuses e os grãos de cacau eram usados como moeda de troca.

Maias e astecas faziam bebida de cacau com milho e pimentão (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons) Eterno símbolo do desejo, o chocolate (que já invade os mercados em forma de ovos de Páscoa) é hoje encontrado em quase tudo: batom, chapinha, shampoo, perfume - e em diferentes formatos, cores, sabores e preços.

Povos Astecas
Os Astecas acreditavam que o chocolate era um presente do deus Quetzalcoatl (que significa serpente com plumas). Por isso, além de ser um privilégio para os nobres, governantes e soldados, as sementes do cacau se tornaram uma importantíssima moeda de troca, mais valiosa até que o ouro.

A palavra “chocolate” tem origem asteca “xocolatl”. O cacau era uma fruta tão valorizada pelos astecas, que a consideravam um presente dos deuses e suas sementes eram usadas até como moeda de troca.

Os povos ancestrais o consideravam um alimento sagrado, tanto que seu nome científico significa “manjar dos deuses”. Usado como moeda de troca entre os astecas e considerado um alimento sagrado para os incas e os maias, o cacau foi muito importante na economia da Bahia.

O contato inicial dos europeus com o cacau foi em 1502, quando um dos navios da quarta expedição de Colombo às Américas encontrou na costa norte da atual Honduras uma canoa nativa contendo amêndoas de cacau para comércio. Na América do Sul, a Venezuela foi um dos primeiros países a introduzir o cultivo do cacaueiro.

Lançada em janeiro de 2009, a então Brasil Cacau surgiu como estratégia do Grupo CRM em aproveitar o fortalecimento da classe média e manter o posicionamento da sua grife de chocolates de luxo, a Kopenhagen.

“Os franceses foram os primeiros a utilizar chocolate para confeccionar presentes de Páscoa, no século XIX. O chocolate, trazido para a Europa pelos espanhóis, era tido como sagrado entre os Astecas”, pontua.

No Brasil, o berço do cacau foi a região amazônica por conta das altas temperaturas e das chuvas abundantes, ideais para o crescimento da planta. Mas, em meados do século 18, a introdução das primeiras sementes no sul da Bahia, oriundas do Pará, escreveu um novo capítulo na história dessa cultura.

Os Maias consideravam o chocolate o alimento dos deuses e consideravam o cacaueiro sagrado. O chocolate chegou à Europa através dos espanhóis que dominaram os Maias. Não se sabe ao certo como, mas é dito que o explorador Hernán Cortés trouxe chocolate para sua terra natal, a Espanha, em 1528.

OS AVENTUREIROS ESPANHÓIS. O primeiro europeu a provar a bebida amarga e escura feita com cacau foi Cristóvao Colombo, em 1502. Mas foi Hernán Cortês, 17 anos depois, o explorador espanhol que soube reconhecer o potencial do chocolate Asteca.

O país africano é o maior exportador de cacau do mundo, com uma produção anual de 1,6 milhão de toneladas de grãos do fruto, mas ironicamente a maioria de sua população sequer provou o gosto do chocolate uma vez na vida.