Quem enganou os índios?

Perguntado por: rfreitas . Última atualização: 15 de janeiro de 2023
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Bartolomeu Bueno da Silva, bandeirante do século XVIII, ganhou dos indígenas o nome Anhanguera, que quer dizer Diabo Velho. Não por ser astuto ou por valentia mas, sim, por enganar, roubar e matar centenas de índios.

Seguiu o mesmo caminho do pai, penetrando pelo sertão de Goiás em busca de ouro e índios para capturar e vender como escravos.

Estavam sempre armados e eram violentos: nas primeiras três décadas do século 17, mataram ou escravizaram cerca de 300 mil índios, destruindo mais de 50 missões organizadas por padres jesuítas. Esses homens transformaram São Paulo em um dos maiores centros de escravagismo indígena de todo o continente.

De acordo com a história, Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como o Anhanguera, foi o primeiro bandeirante a ocupar Goiás. Entretanto, o Estado era conhecido e fazia parte da rota dos Bandeirantes já no primeiro século da colonização do Brasil.

Os principais bandeirantes foram Fernão Dias Pais, Manuel Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Veiga (Anhanguera), Domingos Jorge Velho, Antônio Raposo Tavares, Nicolau Barreto e Manuel Preto. Muitos deles aclamados como heróis pelo governo paulista.

Então, no século XVI, com o controle dos mercados africanos pelos holandeses, a mão de obra ficou escassa e sentiram a necessidade de escravizar os indígenas. Assim, os paulistas iniciaram os ataques às missões jesuítas e repetiram em 1632 aprisionando, na capitania do Espírito Santo, os índios guaranis.

Houve três tipos de bandeiras: as de tipo apresador, para a captura de índios (chamado, indistintamente, “o gentio”) para vender como escravos; as de tipo prospector, voltadas para a busca de pedras ou metais preciosos e as de sertanismo de contrato, para combater índios e negros (quilombos).

As expedições denominadas entradas e bandeiras tiveram como objetivo a captura de índios para o trabalho escravo e a procura por metais preciosos, como ouro, prata e diamante.

Invasão dos territórios indígenas
Historicamente os territórios dos povos originários são invadidos, saqueados e destruídos. Nos últimos anos essas áreas tradicionais vêm sofrendo ameaças com a crescente especulação imobiliária. Com isso, há um aumento de conflitos e luta pela sobrevivência de diversas comunidades.

Nicolau Barreto foi um bandeirante do primeiro período de bandeiras e entradas. Nicolau Barreto liderou uma expedição, com a participação de mais de cem colonos, ao devassar o vale do Paranapanema em 1602-3, apressou cerca de 2 mil cativos terminou.

Entre os que se mataram, 93% eram indígenas. A falta de demarcação de terra, a perda de espaço e de liberdade estão entre as principais causas para essas mortes.

O estado do Mato Grosso do Sul, mais uma vez, aparece como líder das mortes no relatório “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil”. No período de treze anos foram 426 assassinatos, o que representa 47% do total, com uma média de 32 índios mortos por ano.

Antônio Raposo Tavares tem sido considerado pelos historiadores brasileiros o maior de todos os bandeirantes. Não obstante, sôbre o mais vasto dos seus empreendimentos pairam grandes obscuridades.

O genocídio dos povos indígenas no Brasil existe desde os tempos da colonização portuguesa, com a implementação do cultivo da cana-de-açúcar na costa brasileira. Esse processo consistiu no extermínio das populações indígenas, tanto pelos conflitos violentos, quanto pelas doenças trazidas pelos europeus.

Bartolomeu, o filho, fundou o primeiro povoado na região, chamado de Barra (atualmente, é o município de Buenolândia), e fundou o Arraial de Sant'Ana, que em 1739 passou a se chamar Vila Boa, e posteriormente de Cidade de Goiás, capital do território. A Capitania foi instituída em 1748.

O nome do Estado origina-se da denominação da tribo indígena 'guaiás', que por corruptela se tornou Goiás. Vem do termo tupi gwa ya que quer dizer indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça.

A primeira bandeira conhecida por esse nome foi liderada por Raposo Tavares em 1627 e percorreu a mesma região explorada por Aleixo Garcia um século antes. Antonio Raposo procurava as missões indígenas do Guairá, no atual Estado do Paraná, e pretendia trazer nativos que seriam vendidos como escravos em São Paulo.

Por meio da ação dos bandeirantes, grandes regiões auríferas e diamantíferas foram encontradas em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

Os bandeirantes foram os primeiros a descobrirem as minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, dando início ao povoamento do sertão brasileiro. Essas expedições colaboraram para reprimir os quilombos, em especial o maior deles, o de Palmares.

Os alimentos mais utilizados na época eram a farinha de milho, mandioca, o feijão, a moquecada, carne de caça e frutas desidratadas.

A pressão dos jesuítas para que a Coroa portuguesa proibisse a escravização indígena resultou em leis que determinaram a proibição da escravização indígena em 1570, 1587, 1595 e 1609. Essas leis defendiam que somente em caso de “guerra justa” é que os indígenas poderiam ser escravizados.

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