Quem foi Thomas Hobbes e John Locke?

Perguntado por: acardoso . Última atualização: 4 de fevereiro de 2023
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Thomas Hobbes (1588-1679) e John Locke (1632-1704) são conhecidos, entre outras coisas, pelos seus tratados políticos que, em grande medida, destoavam da forma corrente de se pensar o Estado na época dos autores. Nossos filósofos viveram num período conturbado politicamente.

John Locke foi um dos filósofos mais influentes da Modernidade e propôs uma teoria de conhecimento que defendia o empirismo. Suas investigações sobre como a mente adquire conhecimento resultaram no estabelecimento de limites para o papel da razão e estiveram relacionadas com teorias científicas da época.

Thomas Hobbes (1588-1679) foi um teórico político e filósofo inglês. Sua obra de maior destaque é "Leviatã", um tratado político cuja ideia central é a defesa do absolutismo e a elaboração da tese do contrato social.

Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado. O Estado não pode estar sujeito às leis por ele criadas pois isso seria infringir sua soberania.

Desse modo, o objetivo da criação do Estado para Hobbes é preservar a vida, é deixar de viver sob o constante medo, para Locke é preservar a propriedade que já existe desde o estado de natureza, e para Rousseau é preservara liberdade civil.

Locke afirma que a função do estado é interferir o mínimo possível na vida dos indivíduos, atuando apenas na mediação de conflitos e na defesa do direito à propriedade.

Como representante do individualismo liberal, defendeu a monarquia constitucional e representativa, que foi a forma de governo estabelecida na Inglaterra, depois da Revolução de 1688.

Locke e tábula rasa. Filósofos racionalistas, como Descartes, acreditavam que a razão por si só era capaz de revelar como o mundo é. Isso porque a razão humana já possui algumas ideias inatas, ou seja, ideias que já nascem com a pessoa.

Enquanto que em Hobbes o motivo justificador da instituição do Estado é a proteção da vida, em Locke é a proteção da propriedade, e em Rousseau será a asseguração da liberdade o principal argumento. Trata-se de uma liberdade convencional que vem para substituir a liberdade natural.

No estado de natureza, segundo Hobbes, os homens podem todas as coisas e, para tanto, utilizam-se de todos os meios para atingi-las. Conforme esse autor, os homens são maus por natureza (o homem é o lobo do próprio homem), pois possuem um poder de violência ilimitado.

De acordo com Hobbes, os homens são seres de matéria e movimento obedecendo ás mesmas leis da natureza que os objetos físicos. Partindo desta visão, Hobbes procura entender como seria a vida humana sem a sociedade politica, situação a qual chamou “estado de natureza”.

"Onde não há lei, não há liberdade." (Locke) John Locke (1632-1704) acredita que o Estado surge para garantir, através das leis, os direitos naturais dos indivíduos, principalmente, o direito natural à propriedade. Esta teoria serviu de base para o desenvolvimento do liberalismo.

O filósofo John Locke, do século XVII, é muitas vezes creditado como fundador do liberalismo como uma tradição filosófica autônoma. Locke argumentou que cada homem tem um direito natural à vida, à liberdade e à propriedade, acrescentando que os governos não devem violar esses direitos com base no contrato social.

Com isso, Hobbes critica as religiões e os costumes que estimulam imaginações fortes, tornando as pessoas supersticiosas e despreparadas para a obediência civil. Devemos entender, portanto, que, para Hobbes, fora da nossa mente há apenas matéria em movimento, como se fossem feixes de luzes desorganizados.

Grande defensor do absolutismo, Hobbes defende essa forma de governo utilizando argumentos lógicos e estritamente racionais (excluindo quaisquer preceitos ou argumentos religiosos). Sua teoria baseia-se na ideia de que é necessário um Estado Soberano para controlar a todos e manter a paz civil.

CONCLUSÃO: O texto de Hobbes inicia uma abordagem histórica sobre o qual se situa a necessidade humana de formação do Estado. o modelo político apresentado por Hobbes funda direitos e deveres num contrato de justificação da soberania dado pela vontade e autorização, cuja marca principal é a sobrevivência de todos.

Finalmente, como ideólogo da monarquia constitucional representativa, Locke procurou refutar os dogmas políticos de uma monarquia absolutista, de um poder absoluto centralizado nas mãos dos reis, cujo poder deve ser limitado pela lei, por uma constituição.