Como era a vida no tempo em que o Brasil esteve sob uma ditadura militar entre 1964 e 1985?

Perguntado por: agomes . Última atualização: 3 de fevereiro de 2023
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Entre 1964 e 1985, o Brasil se modernizou, mas a desigualdade social aumentou, assim como a repressão política, a dívida externa e a inflação, que voltou a ser galopante nos anos 80. A economia do país também cresceu.

A Ditadura Militar no Brasil foi um regime autoritário que teve início com o golpe militar em 31 de março de 1964, com a deposição do presidente João Goulart. O regime militar durou 21 anos (1964-1985), estabeleceu a censura à imprensa, restrição aos direitos políticos e perseguição policial aos opositores do regime.

O Regime militar brasileiro durou entre 1964 e 1985, época em que os presidentes que assumiram o comando do país eram militares generais, conservadores e autoritários. As Forças Armadas Brasileiras estavam envolvidas no processo, ou seja o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.

Economia na ditadura militar
É verdade que a economia brasileira nunca cresceu tanto como nos primeiros anos do regime militar. A taxa média anual de crescimento do PIB naquele período girava em torno de 10% —grande parte dessa expansão foi possível graças a empréstimos tomados de instituições internacionais.

A tortura também foi um dos mecanismos da repressão e do autoritarismo da Ditadura Militar. A tortura era realizada, principalmente, contra opositores do regime, pessoas que, na ótica dos militares, eram vistas como subversivas.

A liberdade de expressão e de organização era quase inexistente. Partidos políticos, sindicatos, agremiações estudantis e outras organizações representativas da sociedade foram suprimidas ou sofreram interferência do governo. Os meios de comunicação e as manifestações artísticas foram reprimidos pela censura.

Durante a ditadura, foi disseminada a tortura contra presos e perseguidos políticos. A violência ocorria sob qualquer pretexto, envolvia todo tipo de instrumentos e era praticada por policiais, civis e militares, e integrantes dos mais distintos escalões das Forças Armadas.

Tínhamos uma rede física expandida, mas totalmente sucateada; os investimentos em educação foram reduzidos; os professores estavam com seus salários corroídos e sua formação, desprezada; a carreira docente estava desvalorizada e não havia incentivo à formação continuada.

As regras de comportamento eram, portanto, duplamente rígidas. Todos os dias, na hora da entrada, as turmas eram formadas em filas duplas no pátio, onde se cantava o hino nacional e o hino da bandeira. Depois, as turmas subiam, em formação, para suas respectivas salas. Não havia estímulo ao pensamento crítico.

No dia 1º de abril de 1964, após três anos do governo João Goulart, os militares tomam o poder e depõem o presidente, no que hoje é chamado "Golpe civil-militar de 64".

Principais características do regime militar no Brasil:
- Cassação de direitos políticos de opositores ao regime; - Repressão aos movimentos sociais e manifestações políticas de oposição; - Censura aos meios de comunicação; - Censura aos artistas (músicos, atores, artistas plásticos, etc.);

Entre 1964 e 1985, o salário mínimo caiu 50% em valores reais, ou seja, já ajustados pela inflação. Foram precisos 30 anos para recuperar o poder salarial dos mais pobres.

A resistência ao regime ditatorial militar expressava-se por meio dos movimentos sociais e de organização de trabalhadores. Em julho de 1968, no município de Osasco (SP), foi organizada uma greve geral duramente reprimida.

Ela teve vários pontos positivos: Pegou um país destroçado e o colocou na posição de sétima economia do mundo. A própria intervenção militar foi um pedida da sociedade da época contra o caos que estava o país nas mão do Jango. Foi um período de estabilidade e de estabilização institucional.

A inflação, que foi de 91,8% em 1964, caiu para 30,4%, em 1967. Dentre o amplo conjunto de reformas estruturais feitas no PAEG, estavam a reforma tributária, a reforma monetária-financeira e a reforma da política externa.