Como era a cultura durante a ditadura militar?

Perguntado por: ocortes . Última atualização: 4 de fevereiro de 2023
4.3 / 5 19 votos

Em seu primeiro governo a ditadura pareceu tolerar ou negligenciar a cultura de protesto (música, cinema, literatura, artes plásticas) elaborada por artistas e intelectuais que, através de sua arte e de seu humor, criticavam a censura e o regime, incentivavam a rebeldia e denunciavam o terrorismo cultural .

Uma das consequências mais gritantes da ditadura militar foi o aumento da desigualdade social. Para além disso, a falta de acesso da população à dados públicos, aumento da concentração de renda, inflação e aumento do endividamento externo.

A resistência cultural foi uma das formas consagradas de oposição exercida por intelectuais, artistas, professores, produtores culturais, entre outros, e que consistiu num fenômeno político e cultural sem precedentes na história do Brasil.

Sem se preocupar em transmitir mensagens fáceis e diretas através das obras, os artistas plásticos brasileiros reinventaram a vanguarda e o próprio sentido do engajamento político contra o regime militar. A única regra era a experimentação e a liberdade.

Para os governos da ditadura, a realização das obras resolveria a questão indígena, integrando os povos à sociedade nacional. A política indigenista integracionista via na conversão do índio em trabalhador um processo considerado “civilizatório” nos termos do regime.

Há relatos de tortura com marteladas e choques elétricos, inclusive a mulheres grávidas, e em seus órgãos genitais. Alguns dos ministros aceitam quando as acusações são contra o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), órgão do governo brasileiro da época.

Entre 1964 e 1985, o Brasil se modernizou, mas a desigualdade social aumentou, assim como a repressão política, a dívida externa e a inflação, que voltou a ser galopante nos anos 80. A economia do país também cresceu.

"Padrão de conduta, dos costumes, das tradições e do pensamento da classe regida por legislação e normas rígidas de procedimento".

Economia na ditadura militar
É verdade que a economia brasileira nunca cresceu tanto como nos primeiros anos do regime militar. A taxa média anual de crescimento do PIB naquele período girava em torno de 10% —grande parte dessa expansão foi possível graças a empréstimos tomados de instituições internacionais.

A década de 60 também foi um ano de revolução na cultura brasileira. Na música surge o Tropicalismo e a Jovem Guarda. O tropicalismo foi um movimento cultural que misturava influências do pop, rock e cultura brasileira. As letras criticavam a ditadura e muitos dos representantes desse movimento foram presos e exilados.

Ela teve vários pontos positivos: Pegou um país destroçado e o colocou na posição de sétima economia do mundo. A própria intervenção militar foi um pedida da sociedade da época contra o caos que estava o país nas mão do Jango. Foi um período de estabilidade e de estabilização institucional.

Principais características do regime militar no Brasil:
- Cassação de direitos políticos de opositores ao regime; - Repressão aos movimentos sociais e manifestações políticas de oposição; - Censura aos meios de comunicação; - Censura aos artistas (músicos, atores, artistas plásticos, etc.);

Como pontos negativos podemos citar o fim das instituições democráticas, a suspensão das garantias constitucionais, o fim da separação dos três poderes e o fim dos mecanismos políticos existentes que garantem o direito à diferença de opinião, voto e posição política.

Resistência cultural: capoeira, candomblé/umbanda, cultura alimentar, samba, jongo, maculelê, entre outras manifestações culturais de origens afro-brasileiras. Resistência política: acordos com os senhores, processos por libertação, revoltas e quilombos. Resistência física: capoeira, assassinatos, lutas, fugas etc.

Ela nos mostra uma capacidade inigualável de alienação dos povos, gerando as condições para a implantação e aceitação de sistemas que oprimem e colocam o ser humano na condição de explorador da própria espécie, assim como é capaz de nos libertar das amarras e do aprisionamento intelectual.

"Brasil: Ame-o ou deixe-o!", era usada por adultos e crianças, ostentada em objetos e nas janelas dos automóveis. "Brasil:AME-O", muitas empresas de transportes de valores utilizavam-na ostentada em seus veículos. "Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil".

A imprensa foi alvo da censura durante a ditadura instaurada pelo golpe civil-militar de 1964, que assumiu múltiplas formas: a lei da imprensa de 1967, a censura prévia, em 1970, a autocensura.

O impacto nas populações indígenas
Milhares de indígenas morreram, seja em conflitos, seja nos processos das construções de grandes obras. A CNV estima um número de 8.350, mas afirma que ele deve ser exponencialmente maior.

Os indígenas participaram da resistência à ditadura. Eles também foram massacrados, manipulados e perderam terras e direitos. De acordo com o coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, o relatório que vai ser divulgado no próximo dia 10 vai ter um capítulo específico sobre essa questão.

O resultado apresentado pelo procurador em seu Relatório é estarrecedor: matanças de tribos inteiras, torturas e toda sorte de crueldades foram cometidas contra indígenas no país, principalmente pelos grandes proprietários de terras e por agentes do Estado.