Como o louco é visto na Idade Moderna?

Perguntado por: bsoares7 . Última atualização: 31 de janeiro de 2023
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Na Modernidade ela passa a ser entendida como desrazão, e que deve ser internada. Na Contemporaneidade ela será inicialmente entendida como alienação mental, para depois ser tratada como doença mental, que deve submeter a um tratamento.

Como os transtornos mentais foram vistos ao longo da humanidade. Na Antiguidade grega, a loucura tinha um caráter mitológico que se misturava à normalidade. Num tempo em que a noção de passado era vaga, a escrita inexistia e os deuses decidiam tudo, o “louco” era uma espécie de ponte com o oculto.

Na antigüidade a loucura era considerada como uma manifestação divina. O ataque epiléptico , intitulado a doença sagrada, significava maus presságios quando ocorria durante os comícios.

Em tempos de Inquisição a loucura era considerada como manifestações do sobrenatural, demoníaco e até satânico, e tinha como expressão bruxaria e com o forte poder da igreja o movimento de caça as bruxas comandado pela Inquisição tinha o objetivo de manter a aceitação da crença religiosa.

Os médicos daquela época fariam uso de laxantes, eméticos (substâncias que induziriam vômitos) e sanguessugas na tentativa de restaurar as proporções de “equilíbrio do corpo” de seus pacientes. Receitas que consistiam em aloés e heléboro negro, por exemplo, teriam a capacidade de curar um indivíduo em depressão.

Com o internamento do doente mental no século XIX, a loucura passou a ser distinguida como "desordem na maneira de agir, de querer, de sentir paixões, de tomar decisões, de ser livre" (2001, p. 121).

Já em meados do século XVII, a loucura, que até então era exaltada como marca do divino, constitui-se em um modo de exclusão, devido às mudanças ocorridas em decorrência do crescimento das cidades, com o poder das relações políticas e com o desenvolvimento da industrialização.

Podemos dizer que a psiquiatria se iniciou, então, no final do século 18, quando o médico francês Philippe Pinel começou a classificar os doentes separando o que seria um desvio social de uma enfermidade mental. Ele passou a criar uma linguagem que configuraria a nova especialidade da Medicina.

Grécia Antiga: o “loucoera considerado uma pessoa com poderes diversos. A loucura era tida como uma manifestação dos deuses, reconhecida e valorizada socialmente. Início da Idade Média: a loucura era vista como expressão das forças da natureza.

Antes do século XVIII, a loucura não era sistematicamente internada, e era essencialmente considerada como uma forma de erro ou de ilusão.

No século XIX, o tratamento ao doente mental incluía medidas físicas como duchas, banhos frios, chicotadas, máquinas giratórias e sangrias. Aos poucos, com o avanço das teorias organicistas, o que era considerado como doença moral passa a ser compreendido também como uma doença orgânica.

A loucura, longe de ser uma anomalia, é a condição normal humana. Não ter consciência dela, e ela não ser grande, é ser homem normal. Não ter consciência dela e ela ser grande, é ser louco. Ter consciência dela e ela ser pequena é ser desiludido.

Para a época, todo “pecador” era também um “louco”. Os loucos, quando pertencentes a uma determinada cidade, eram tomados como propriedades dessa, não sendo expulsos, mas encarcerados em cadeias ou em casas de dementes, caso manifestassem um comportamento violento.

Fugindo da razão, os apresentados como loucos eram vistos como um grande sinal de contradição no meio, sendo visto como um erro e uma ameaça aos ideias burgueses.

Durante a Idade Média, os loucos andavam livremente pela sociedade, sendo muitas vezes considerados sagrados. Porém essa situação vai se transformar após o final da Idade Média. Com a lepra controlada, os leprosários começam a ser utilizados para tratamento das doenças venéreas no fim do século XV.