Porque o capoeirista era visto como criminoso?

Perguntado por: amendes7 . Última atualização: 17 de janeiro de 2023
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A habilidade corporal e a destreza dos capoeiristas, que poderia ser usada contra os seus repressores, além da possibilidade de uma rebelião escravista, são apontadas como razões para torná-la um crime.

A capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade e é um esporte que sofre muito preconceito pelo fato de ter sido criada por escravizados no início da história do Brasil e ter sido desenvolvida nas senzalas, ainda por muitos opressores é conhecida como, uma forma de manifestação da ...

A partir de 1890, quando a capoeira foi criminalizada, através do artigo 402 do Código Penal, como atividade proibida (com pena que poderia levar de dois a seis meses de reclusão), a repressão policial abateu-se duramente sobre seus praticantes.

A capoeira, quando notoriamente conhecida, foi considerada crime, tendo sido neste trabalho analisada desde sua trajetória da inclusão no Código Penal de 1890, até a sua declaração pelo presidente Getúlio Vargas como esporte verdadeiramente nacional.

Em 1937, Getúlio Vargas descriminalizou a capoeira como parte de seu projeto político nacionalista e, em 1953, afirmou: "a capoeira é o único esporte genuinamente nacional".

Os chamados “capoeiraseram considerados marginais. Apenas em 1935 a capoeira sai da ilegalidade, sendo considerada posteriormente parte da Educação Física e em seguida modalidade desportiva. Em 2014, a UNESCO reconheceu a capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Acredita-se que tem origem com os fugitivos da escravidão, os quais utilizavam frequentemente a vegetação rasteira para fugirem do encalço dos capitães-do-mato. Esses foram os primeiros capoeiristas. Mais adiante, ainda no período colonial, os negros irão disfarçar a capoeira introduzindo-lhe mímicas, danças e músicas.

A capoeira ou capoeiragem é uma expressão cultural e esporte afro-brasileiro que mistura arte marcial, dança e música, desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos (os afro-brasileiros) possivelmente no final do século XVI no Quilombo dos Palmares (no atual estado de Alagoas), que resistiu por mais de ...

A palavra capoeira significa "o que foi mata", por meio da conexão dos termos ka'a ("mata") e pûer ("que foi"). Alude às áreas de mata rasa do interior do Brasil, onde era feita a agricultura indígena.

A capoeira expressa a história da resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão, propiciando formas de diálogo que respeitam a diversidade cultural brasileira, e ela vem correndo o risco em ter a sua história desconsiderada, através de rótulos como capoeira gospel e capoeira de Jesus.

A capoeira surgiu como resposta a violência a qual os escravizados eram submetidos em tempos coloniais e imperiais no Brasil. A partir de golpes e movimentos corporais ágeis, a luta permitia que eles se defendessem das brutais perseguições dos capitães do mato, cuja atribuição era capturar quem havia fugido.

Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado)
Mestre Bimba foi o maior capoeirista de todos os tempos, o libertador da capoeira, o paladino da cultura negra, o criador da luta regional baiana (cognome sob o qual a capoeira foi liberada, na década de 1930, pelo interventor da Bahia, Ten.

Em apresentação ao presidente Getúlio Vargas, este, admirado exclamou: “A capoeira é o esporte verdadeiramente nacional”. Em 1934, Getúlio Vargas legalizou a capoeira com profissão.

Os escravos eram proibidos de praticar qualquer tipo de luta, por isso uniram o ritmo e o movimento da dança e a adaptaram, criando, assim, a Capoeira.

Sabe-se que a capoeira sobreviveu mantendo em sua composição aspectos característicos do sincretismo religioso brasileiro, composto por valores indígenas, africanos e portugueses. Alguns nomes dos seus golpes foram emprestados do catolicismo, como benção e cruz, outros extraídos da umbanda, xangô e encruzilhada.

Manoel dos Reis Machado, conhecido como Mestre Bimba, foi o criador da capoeira regional, também chamada de luta regional baiana, no final da década de 1920.