O que faziam as escravas?

Perguntado por: razambuja . Última atualização: 23 de fevereiro de 2023
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Além de exercerem importante papel como agregadoras da vida comunitária, mantenedoras e divulgadoras de costumes culturais advindos da África, as escravas mais velhas atuavam também como feiticeiras e curandeiras. Lançavam mão de ervas para diversos fins, entre eles o de invocar os deuses.

As escravizadas grávidas estavam sujeitas a violências terríveis: a tortura, a exaustão pelo trabalho — que muitas vezes se estendia até o dia do parto —, um resguardo mínimo, com frequência de apenas três dias, a possibilidade de separação abrupta dos filhos recém-nascidos.

Os escravos de campos integravam 80% dos trabalhadores escravizados dos engenhos de açúcar e trabalhavam plantando, colhendo, guiando boiadas e outros animais, pescando, caçando, entre outras coisas. Existiam os escravos que labutavam na produção do açúcar: esses constituíam aproximadamente 10% dos escravizados.

Ama de leite é a mulher que amamenta criança alheia quando a mãe natural está impossibilitada de fazê-lo. Geralmente esse encargo era dado às escravas que já tinham filhos.

No caso das escravas, a violência ganhava outra dimensão, pois além de tudo que sofriam em relação ao trabalho, ainda eram vítimas de estupros frequentes praticados por seus senhores e feitores.

Dando à luz no cafezal
Até o começo do século 20, a maioria dos partos no Brasil era realizado em casa, por parteiras ou por mulheres sem treinamento técnico, mas com grande conhecimento empírico.

[4] Mucama [Do quimb. mu'kama, 'amásia escrava'.] Substantivo feminino.

No período escravocrata brasileiro, as tarefas domésticas em sua maioria, eram de responsabilidade das escravas negras, designadas aos serviços de portas adentro, onde exerciam diversas funções, como: governantas, amas de criação, amas de leite, mucamas, lavadeiras, cozinheiras, engomadeiras e tantas fossem as ...

19 anos

Ao analisar dados de diversas fontes, Schwartz [*13] mostrou que no Brasil do último quarto do século XIX a expectativa de vida dos escravos, ao nascer, variava em torno de 19 anos.

Duas formas de punição eram mais comuns: o açoitamento público, para quem havia sido julgado e condenado, e o chicoteamento no calabouço, que substituiu o castigo privado. “Os senhores tinham que pagar pelo serviço – não apenas pelos açoites e pelo tratamento médico subsequente, mas também por acomodação e alimentação.

Nas cidades, as formas de trabalho escravo variavam bastante. Existiam os escravos prestadores de serviço, isto é, os escravos de ganho, carpinteiros, barbeiros, sapateiros, alfaiates, ferreiros, marceneiros, entre outros.

A expressão “mãe preta” é tradicional. Vem do período em que as escravas negras amamentavam os filhos das mulheres brancas. Para servirem às brancas, eram requisitos que as mucamas fossem bonitas e limpas.

No calor dos engenhos, o uso da camisa de baeta ou algodão, tecido muitas vezes fiado em casa, era constante. O chapéu de palha contra o sol, uma obrigação para homens e mulheres: “As negras usam, na rua ou no campo, um chapéu preto para se proteger do sol”.

Para sustentar a família, fazia canecas e assadeiras com lata, criava galinhas, plantava abobrinha e mandioca e preparava rapaduras. Depois, saía para vender os ovos, utensílios e doces por fazendas da região. "Ele tinha um cavalinho e, como era muito grande, arrastava os pés no chão.

Após setembro de 1871, as crianças que nasceram de ventres escravos ganharam a condição de livres, mas, apesar dessa condição, continuaram a viver dentro das escravarias junto com seus familiares cativos.

Na região geográfica da Senegâmbia, entre 1300 e 1900, quase um terço da população foi escravizada.

Olhavam também os dentes, os olhos, os ouvidos e solicitavam que os escravos saltassem e girassem para constatar suas condições de saúde. Além dessas observações, os compradores examinavam as partes íntimas dos escravos a fim de constatar alguma doença.

Uma dessas razões, por exemplo, foi por ser a mão-de-obra negra mais qualificada do que a indígena. Outra forte razão, foram os altos lucros que o tráfico de escravos africanos rendia para os comerciantes. O tráfico era, sem dúvida, uma das atividades mais lucrativas do sistema colonial.

Feijão preto, toucinho, farinha de mandioca e carne seca juntos formam o prato mais popular do Brasil: a feijoada.

As primeiras pessoas a serem escravizadas na colônia foram os indígenas. Posteriormente, negros africanos seriam capturados em possessões portuguesas como Angola e Moçambique, e regiões como o Reino do Daomé, e trazidos à força ao Brasil para serem escravizados.

Essa é a Dona Maria do Carmo Gerônimo, a última escrava do Brasil. Ela nasceu em Carmos de Minas, a 5 de Março de 1871, poucos meses antes da aprovação da Lei do Ventre Livre, e morreu em 14 de Junho de 2000, aos 129 anos de idade.