Por que educação financeira não é ensinada nas escolas?

Perguntado por: ealves5 . Última atualização: 23 de janeiro de 2023
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Entre os desafios elencados pelos especialistas em educação financeira está a falta dessa cultura na comunidade escolar. Os educadores sentem dificuldades em ensinar a temática aos alunos. “O professor ganha mal, gasta mal e, como cidadão, não é valorizado”, afirma Cláudia, superintendente da AEF.

A AEF, no entanto, encerrou as suas atividades no ano passado. No entanto, em 2021, o Governo Federal lançou, por meio do Ministério da Educação e em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Programa Educação Financeira nas Escolas, que deu continuidade ao site.

O ensino da educação financeira nas escolas deve ser realista e ensinar aquilo que o aluno terá condições de aplicar na sua vivência prática. Não é sempre que investimentos financeiros são possíveis. Ensinar a administrar o pouco que se tem pode ser suficiente.

A educação financeira é importante para uma boa qualidade de vida. Ela ajuda a organizar os rendimentos, planejar ações futuras.” Segundo a professora, a temática pode ser abordada em redação por meio da questão do envelhecimento da população, por exemplo.

A bancada do PT na ALRS votou contra o projeto de lei 231/2015, de autoria da deputada Any Ortiz, que propõe a inclusão do tema da educação financeira nos estabelecimentos de ensino do RS. O projeto foi aprovado por maioria, mas caberá ao governo decidir pela sua aplicação.

O descontrole financeiro, decorrente da falta de educação financeira, causa enormes transtornos para pessoas, famílias, empresas e, consequentemente, para o país. Assim, problemas financeiros e o superendividamento são causas frequentes de brigas em famílias e até causa divórcios.

A falta de educação financeira afeta diretamente a saúde
Falta de planejamento para pagamento de contas; Gastos desnecessários com compras feitas por compulsão; Falta de planejamento para o futuro; Situação econômica sofrida pelo país.

7 dicas sobre educação financeira para colocar em prática hoje mesmo

  1. Consuma de forma consciente.
  2. Quite suas dívidas.
  3. Faça um bom planejamento financeiro.
  4. Controlar os gastos mensais pode te ajudar muito. ...
  5. Faça uma reserva de emergência.
  6. Inclua a sua família no processo.
  7. Planeje a sua rotina.
  8. Invista seu dinheiro.

Assim como a educação financeira contribui para melhorar a organização e planejamento em geral, ela também ajuda os jovens a desenvolverem desde cedo maior habilidade para gerenciar suas finanças e tomarem decisões mais conscientes em relação ao seu dinheiro no futuro.

Os principais passos para melhorar a alfabetização financeira incluem:

  1. Aprender as habilidades para criar um orçamento.
  2. Capacidade de controlar despesas.
  3. Aprender as estratégias para pagar dívidas.
  4. Planejar a aposentadoria de forma eficaz.

Para trabalhar com educação financeira nas escolas, é crucial averiguar com atenção as diretrizes estabelecidas pela BNCC. Para o Ensino Fundamental, por exemplo, a Base preconiza a aprendizagem sobre conceitos mais básicos em torno de economia e finanças — impostos, investimentos, inflação e outros.

A ausência de conhecimento financeiro vem aumentando consideravelmente e acarretando, assim, nos altos índices de inadimplência no Brasil. Em meados de janeiro de 2022 estava com 64,82 milhões de brasileiros inadimplentes, de acordo com as publicações do mapa da inadimplência, divulgado mensalmente pelo Serasa.

O que a educação financeira se propõe a fazer é amplificar esse trabalho de consciência nas pessoas, inclusive nas crianças. Quando um indivíduo tem as finanças em ordem, ele toma decisões e enfrenta melhor as adversidades, como, por exemplo, o momento atual da pandemia.

Cenário atual da educação financeira no Brasil
Para se ter uma ideia, cerca de 45% dos brasileiros não fazem controle financeiro e, dentre os que fazem, mais de 20% utilizam a própria memória para gerir as suas finanças, de acordo com a última pesquisa do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), de 2020.

Em síntese, ter aulas de Educação Financeira pode ajudar a transformar o cenário do Brasil de um país de famílias endividadas e sem reservas, para um país de investidores, pessoas responsáveis e que possuem crédito no mercado.

O que falta em sua educação não é saber como ganhar dinheiro, mas sim como gastá-lo. Essas pessoas muitas vezes trabalham mais do que seria necessário porque aprenderam a trabalhar arduamente, mas não como fazer o dinheiro trabalhar para elas.

O Comitê Nacional de Educação Financeira – CONEF é instância responsável pela direção, supervisão e pelo fomento da ENEF. Formada por oito órgãos e entidades de governo e quatro organizações da sociedade civil.

A falta de um bom planejamento é a causa principal do descontrole financeiro. Isso porque grande parte das pessoas muitas vezes não entende como chegou naquela situação. Fazer o planejamento das finanças é pensar e analisar quais são as receitas e as despesas pessoais.

Consequências da evasão escolar
Entrar no mercado de trabalho torna-se mais difícil, além do que a qualidade dos serviços prestados é nivelada por baixo, tal como a sua remuneração. Tudo isso gera um forte sentimento de desmotivação, a qual acaba por consolidar ainda mais a desigualdade social no Brasil.

Falta de educação financeira prejudica relação de jovens com o dinheiro. A inexperiência no trato com o dinheiro, os impulsos consumistas e a facilidade em obter crédito fazem com que o número de jovens brasileiros endividados cresça.