Quem criou o Tambor?

Perguntado por: nconceicao . Última atualização: 1 de maio de 2023
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Na Mesopotâmia foram encontrados pequenos tambores (tocados tanto verticalmente, quanto horizontalmente) datados de 3000 anos antes de Cristo. Tambores com peles esticadas foram descobertos dentre os artefatos Egípcios, de 4000 anos antes de Cristo.

Acredita-se que os primeiros tambores fossem troncos ocos de árvores tocados com os pés ou galhos. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser utilizadas na fabricação de roupas e outros objetos, percebeu-se que ao esticar um pé sobre o tronco, o som produzido era mais agudo.

Na vivência indígena o tambor é usado nos rituais de cura física e espiritual, nas danças em agradecimento as caças que alimentam, na preparação para festividades, etc. de acordo com a cultura e a cosmovisão de cada povo.

Por meio do ritmo e da música do atabaque/tambor/batuque, seus adeptos entram em um transe, que, para eles, significava uma comunhão entre os simples humanos em terras brasileiras e os deuses do continente negro. Brasil e África tornam-se um só espaço mítico.

tamboreiro | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa.

Com raízes africanas, a manifestação cultural é conhecida como a expressão de um povo, transformada em dança. O tambor de Crioula também é considerada uma demonstração religiosa que chegou ao Brasil, junto com os navios negreiros, entre os séculos 18 e 19 e se fortaleceu no estado do Maranhão, aonde sobrevive até hoje.

Assim, os tambores, além de servirem para os rituais africanos, podem transmitir a identidade de uma linguagem falada. -Dessa forma, os tambores africanos "falam", ou seja, são um meio de comunicação social.

O Tambor de Crioula do Mestre Teodoro foi criado no Rio de Janeiro, na década de 1950, e hoje está em Sobradinho (DF), tendo sua base no Centro de Tradições Populares. Trata-se de um dos grupos culturais mais antigos da capital do país e está presente em importantes eventos da história da cidade.

Ele não veio da África, da África vieram os escravizados e trouxeram seu modo próprio de visão de mundo, que é essa relação direta com a natureza, e a comemoração, a louvação dos seus deuses através de festas com tambores e animação”. O tambor de crioula geralmente é ligado à devoção a São Benedito.

Eles eram tocados por baquetas de madeira e podiam ser suspendidos no ombro por uma alça ou posicionados no chão. Outros tambores usados na idade média icluiam os tambores de mão, e os pandeiros que possuiam platinelas (soalhas) de metal e eram tocados com ou sem a pele.

Entre os instrumentos utilizados por eles, destacam-se os tambores (tãpo) e a flauta de tipo sõkari, que acompanham suas canções, danças e rituais.

A FAMÍLIA DA PERCUSSÃO - A família da percussão é bem grande, é formada por: tímpanos, tambor, bumbo, caixa, xilofone, triângulo, pratos e carrilhão, pandeiro, atabaque, timba, bateria, entre outros.

São Benedito

As narrativas da origem do Tambor de Crioula via de regra se referem ou a São Benedito ou ao período da escravidão. São Benedito, o santo protetor dos negros aparece no teatro das memórias como um escravo que foi à mata, cortou um tronco de árvore e ensinou os outros negros a fazer e a tocar o tambor.

No centro da roda, seus passos culminam na punga (ou umbigada), movimento coreográfico no qual as dançarinas tocam o ventre umas das outras, num gesto entendido como saudação e convite.

Quem trouxe o candomblé para o Brasil foram os negros que vieram como escravos da África. Entre eles se destacavam dois grupos: os bantos (que vinham de regiões como o Congo, Angola e Moçambique) e os sudaneses, que vinham da Nigéria e do Benin (e que são os iorubas, ou nagôs, e os jejes).

Os tambores são utilizados em todos os tipos de música, como instrumentos rítmicos, contribuindo para a marcação do tempo da música. Na música popular, no rock e no jazz, a maior parte dos tambores utilizados estão no conjunto de instrumentos conhecido como bateria.