O que o autor quis dizer com De tanto levar Frechada do teu olhar?

Perguntado por: dborges . Última atualização: 19 de maio de 2023
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Resposta: nessa música, a paixão e o amor tentam ser expressados, abusando de termos coloquiais e uma linguagem metafórica e coloquial.

Adoniran Barbosa

Adoniran Barbosa, nome artístico de João Rubinato, foi um compositor, cantor, comediante e ator brasileiro. Rubinato representava em programas de rádio diversas personagens, entre as quais, Adoniran Barbosa, que acabou por se confundir com seu criador dada a sua grande popularidade.

[Figurado] Dito picante e satírico.

Em “Tiro ao Álvaro”, de 1960, por exemplo, foi usado a justificativa de que a “falta de gosto impede a liberação da letra”. Afinal, a canção apresentava palavras que brincavam com a oralidade do paulista, como “tauba”, “automorve” e “revorve”.

O documento oficial que veta “Tiro Ao Álvaro” (canção de 1960) dá a justificativa de “falta de gosto”. A letra brinca com a oralidade do povo de São Paulo ao contar com as palavras “tauba”, “automorve” e “revorve”. A resposta ao pedido de liberação veio com essas palavras circuladas.

As justificativas variavam desde “fere a moral e os bons costumes” até simplesmente “falta de gosto”. Para driblar os censores, muitos artistas exploravam metáforas e recursos sonoros, escondendo suas críticas em jogos de palavras.

Acender as velas (1965), Zé Keti
A canção foi censurada por fazer uma denuncia das más condições de vida nas favelas na década de 1960.

adj. || que se frechou; atingido, ferido, varado por flecha; frechado.

1. Zóio. O mesmo que olho. Também pode ser associado a pessoa gananciosa, que possui o olho maior que cara.

Significado de Frechada
substantivo feminino O mesmo que flechada. Etimologia (origem da palavra frechada). Frecha + ada.

A imprensa foi alvo da censura durante a ditadura instaurada pelo golpe civil-militar de 1964, que assumiu múltiplas formas: a lei da imprensa de 1967, a censura prévia, em 1970, a autocensura.

Devido ao seu conteúdo de denúncia e crítica social, foi censurada pela ditadura, sendo liberada cinco anos depois. Apesar do desfasamento temporal, Chico gravou a canção com Milton Nascimento no lugar de Gil (que tinha mudado de gravadora) e decidiu incluir no seu álbum homônimo.

1) Tiro ao Álvaro (1973) – Adoniran Barbosa e Elis Regina
A música falava: “De tanto levar frechada do teu olhar/ Meu peito até parece sabe o quê?/ Táubua de tiro ao Álvaro/ Não tem mais onde furar”. O motivo da censura teria sido as “palavras incorretas”.

1) O Bonde de São Januário
O samba “O Bonde de São Januário”, de autoria de Wilson Batista e Ataulfo Alves e cantada pela voz de Ciro Monteiro, foi censurado na década de 1940, pois a letra original dizia: “O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu não vou trabalhar”.

Cálice. A música “Cálice” foi composta por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973, mas, devido à censura do regime militar, ela só foi gravada em 1978.

Em 1985, a eleição indireta para presidente aconteceu: o candidato dos militares era Paulo Maluf e o candidato da oposição era Tancredo Neves. A eleição de Tancredo Neves e seu vice, José Sarney, colocou fim à ditadura militar e deu início a um novo período democrático na história brasileira.

A lista de compositores e cantores censurados é extensa: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Jorge Mautner, João Bosco, Aldir Blanc, Ivan Lins, Martinho da Vila, Geraldo Vandré, Ney Matogrosso, Joyce Moreno, Léo Jaime, entre outros.

O regime acabou quando José Sarney assumiu a presidência, o que deu início ao período conhecido como Nova República (ou Sexta República). Apesar das promessas iniciais de uma intervenção breve, a ditadura militar durou 21 anos.

Evite apagar sua vela soprando, use a tampinha dela ou algum recipiente que abafe e apague a chama. Ao soprar podemos derrubar cinzas do pavio na cera que pode alterar a cor e o aroma da vela.