Qual a crítica de Adorno a indústria cultural?

Perguntado por: ncustodio . Última atualização: 21 de maio de 2023
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A indústria cultural, portanto, não mede esforços para lançar os indivíduos em estado de indigência estética, isto é, no mais completo empobrecimento da reflexão crítica e da sensibilidade artística. A padronização é o valor decisivo desta proposta cultural.

Uma das principais críticas dos pensadores da escola de Frankfurt sobre a indústria cultural é que a cultura que se torna mercadoria é produzida a partir da lógica da burguesia. Afinal, são esses grandes proprietários que são donos das empresas e indústrias.

Segundo Adorno e Horkheimer, a produção de livros, filmes, músicas e outros artigos culturais de maneira padronizada também contribui para perpetuar a ideia de que a felicidade pode ser conquistada através do consumo de bens e serviços.

Principais Ideias. Adorno considerava a sociedade enquanto objeto e abandona a ideia de produção cultural autônoma em relação à ordem social vigente. Por sua vez, sua perspectiva está embasada na Dialética de Hegel, apesar de divergirem em alguns pontos.

Em um texto clássico escrito em 1947, "Dialética do Iluminismo", Adorno e Horkheimer definiram indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, música popular, programas de TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social.

Adorno e Horkheimer denunciam o esclarecimento como propósito iluminista, em que a modernidade nasce afirmando a autonomia do sujeito e uma razão emancipatória, que se converte em uma razão procedimental e instrumental interrompendo o projeto original de liberdade.

Com a análise do conceito de indústria cultural, Adorno e Horkheimer realizam a crítica do controle sobre a cultura como forma de ideológica de dominação. A indústria cultural se torna, desta forma, parte do programa de instrumentalização da razão.

O filósofo afirma que, nas sociedades contemporâneas, as produções do espirito, ou seja, as manifestações culturais se transformaram em mercadoria, isto é, estão subordinadas ao lucro e ao consumo.

Poderíamos dizer, em resumo, que o pensamento teórico-crítico de Adorno focaliza-se na crítica (negação) de todo e qualquer processo de alienação do sujeito, mediatizado pela indústria cultural e que conduz a sociedade para um estado de profunda barbárie.

Adorno e Horkheimer defendiam, contudo, que o aspecto emancipatório da razão foi deixado em segundo plano em favor da razão instrumental, que buscava o domínio técnico-científico da natureza, incluindo a natureza interior do homem e do mundo social. A indústria cultural seria produto dessa razão instrumental.

Ou seja, Horkheimer e adorno (1947/1985) su- gerem que, exatamente como o pensamento mítico, o esclarecimento agiria como uma espécie de mecanismo de defesa narcísico ante a angústia do homem frente ao desconhecido. Portanto, seria em si mesmo uma ilusão.

Para Adorno e Horkheimer, o capitalismo não só utilizou a Indústria Cultural para criar um movimento de consumismo, como utilizou a própria arte como forma de produto para ser consumido.

Que a “indústria cultural” não representa as massas, porque não se origina nelas e não coloca os bens culturais à disposição de todos. É invasiva e impede a formação de indivíduos autônomos, impondo-lhes padrões de consumo e de comportamento.

Porque o capitalismo tomou proporções tão intensas que até o fazer cultural,passou a ser para fins lucrativos.

Os principais pensadores da sociologia sobre cultura de massa. Theodor Adorno: criticou a padronização cultural e a indústria cultural como uma forma de controle e dominação ideológica das massas.

Significado de adorno
Aquilo que pode embelezar ou ser utilizado para enfeitar ou tornar alguém ou alguma coisa mais atraente; enfeite, ornato, atavio.

A sociologia, por exemplo, tornou-se também ideologia, como comprovariam os desdobramentos do positivismo e do idealismo que capitularam diante da reificação ao se renderem à “segunda natureza”, transformando o mediado em algo imediato.

Escola de Frankfurt e a Teoria Crítica
Para tanto, rompe com o dogmatismo da “teoria tradicional”, positivista e cientificista, da qual o principal atributo é a razão instrumental. Portanto, a teoria crítica busca situar-se ela mesma fora das estruturas filosóficas limitadoras.

Digo que Nietzsche desenvol- veu uma das primeiras grandes críticas fi- losóficas da cultura de massas, que depois inspirou pensadores tanto da direita, como Heidegger e Junger, como de esquerda, como os membros da Escola de Frankfurt e Foucault.

Durante o regime nazista na Alemanha, que se instalou oficialmente em 1933, a perseguição aos judeus se acirrou. Nesse contexto, Adorno e Horkheimer, bem como outros intelectuais semitas alemães (como Marcuse e Hannah Arendt), buscaram refúgio fora da Alemanha.

Horkheimer propunha que a própria teoria crítica deveria ter como um de seus focos a crítica a teorias que considerava, por deixarem de lado ou não darem a centralidade necessária aos problemas sociais, como reprodutoras de formas de injustiça social.